Festa da Divina Misericórdia: o amor de Deus é para todos

Foto: Cathopic

15 Abril 2023

"No fundo, o convite da solenidade deste dia e as palavras do cardeal Cantalamessa podem ser resumidas em dois movimentos: Deus ama; provai e vede."

O comentário é de Patricia Fachin, jornalista, graduada e mestre em Filosofia pela Unisinos.

Neste Segundo Domingo da Páscoa, 16-04-2023, a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia e uma das melhores palavras para lembrarmos nesta data - e em todos dias - é aquela pregada pelo Cardeal Raniero Cantalamessa na III pregação da Quaresma:

"A mais bela notícia que a Igreja tem o dever de fazer ressoar no mundo, aquela que todo coração humano espera ouvir, é: 'Deus te ama!'. Esta certeza deve tirar do lugar e substituir aquela que trazemos dentro de nós desde sempre: 'Deus te julga!'. A solene afirmação de João: 'Deus é amor' (1Jo 4,8) deve acompanhar, como uma nota de fundo, todo anúncio cristão, mesmo quando deverá recordar, como faz o Evangelho, as exigências práticas desse amor."

Esta também é uma boa data para lembrarmos da outra parte desta relação: qual é o nosso sentimento em relação a Deus, a nossa disposição para com Ele, o nosso interesse em buscar saber se Ele pode ser reduzido à mera ideia vaga de primeiro princípio, a qual os filósofos aderem para iniciar ou concluir seus raciocínios filosóficos explicativos da realidade, ou se Ele é, como Ele próprio diz, Aquele que estará conosco até o fim dos tempos?

Diante da misericórdia de Deus, alguma vez na vida, deveríamos fazer como os penitentes e suplicantes da tradição bíblica, como os ninivitas que ouviram as advertências de Jonas e se converteram: cobrir-nos com pano de saco, pedir perdão por tanta miséria e agradecer por infinita misericórdia. Mas Deus não pede que nos cubramos com pano de saco. Pede coração contrito e repetição de suas ações. Sejamos, portanto, praticantes da misericórdia. Mas, como já advertiu o Papa Francisco, ninguém consegue ser misericordioso se não consegue reconhecer o perdão de Deus por seus próprios pecados.

No fundo, o convite da solenidade deste dia e as palavras do cardeal Cantalamessa podem ser resumidas em dois movimentos: Deus ama; provai e vede.

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