Santa Hildegard de Bingen: como uma freira de 800 anos atrás ainda nos fornece o bálsamo de cura

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09 Julho 2018

Uma naturopata muito antes do termo ser inventado, esta freira beneditina alemã do século XII vem ganhando cada vez mais renome, especialmente após sua canonização em 2012.

Para Louis Van Hecken, clínico geral em Meerhout, na Bélgica, que acompanha os ensinamentos de Hildegard de Bingen há mais de 25 anos, a dimensão espiritual não pode ser excluída de sua profissão.

A entrevista é  de Mélinée Le Priol, publicada por La Croix International, 07-07-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.

Eis a entrevista.

Como você descreveria a vida e obra de Santa Hildegard?

Esta freira do século XII começou a receber visões na infância. Com oito anos, ela entrou no convento Disibodenberg, na Renânia, onde se tornou a Abadessa 30 anos depois.

Aos 42 anos, ela disse que recebeu uma ordem de Deus para tornar suas visões públicas. Isso a levou a escrever suas três grandes obras visionárias: Scivias, Livro dos Méritos da Vida e Livro das Obras Divinas. Ela também teve tratados menores que escreveu entre os 53 e 61 anos, Física, Causas e Remédios, em que explicou as propriedades das plantas e alimentos. Hildegard morreu aos 81 anos, considerado excepcional para a época.

O que é unânime sobre a medicina de Hildegard?

Hildegard nos diz que somos criados por Deus e, portanto, ele está presente na medicina. O objetivo de Hildegard é ir em direção a Deus e levar os outros até ele.

Hoje, a maioria dos meus pacientes são católicos e o fato de Santa Hildegard ter sido declarada Santa e Doutora da Igreja em 2012, ajudou a depositar confiança em seus ensinamentos. Há também outras pessoas que descobriram ou redescobriram a fé graças a Hildegard.

Como ela foi vista por seus contemporâneos?

Muitas pessoas consultaram sua opinião. Ela escreveu mais de 200 cartas para bispos, padres e imperadores, e também para pessoas simples. Ela recebeu encorajamento do Papa na época, que achou seus ensinamentos de acordo com os da fé católica, assim como os de São Bernardo.

Quando ela admitiu, por meio de uma carta, que estava preocupada com suas visões, ele à respondeu para ser feliz com seu presente e não ter medo.

O que ela tem para nos dizer hoje?

Em nossos dias, cada vez mais as pessoas estão cientes dos limites da medicina clássica e estão se interessando por medicina natural. Quando as plantas são usadas adequadamente, elas possuem propriedades ativas.

A nutrição hildegardiana é semelhante ao conselho que é dado hoje: uma dieta rica em grãos integrais, muitos vegetais e frutas, sem muita carne, juntamente com algumas peculiaridades, como o gosto dela por espelta (trigo descascado).

Hildegard nos dá uma medicina natural que complementa a medicina clássica.

Como você considera a dimensão espiritual em sua prática?

Meus pacientes costumam falar comigo sobre Deus. Quando eles são crentes, às vezes eu sugiro oração ou meditação, por exemplo, para insones. É claro que não é o núcleo do meu trabalho, mas, como Hildegard, acredito que você não pode excluir totalmente Deus da medicina.

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