ONU: "As mulheres ganham 23% menos que os homens O maior roubo da história"

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22 Janeiro 2018

No mundo, as mulheres ganham em média 23% menos do que os homens. Quem afirma isso são as Nações Unidas, informando que o fenômeno - conhecido como o gender pay gap - é "o maior roubo da história".

A informação é publicada por La Repubblica, 20-01-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

De acordo com dados coletados pela organização, não há distinção de áreas, setores, idade ou qualificações. "Não há um único país, nem um único setor em que as mulheres tenham o mesmo salário de homens", afirmou o conselheiro da ONU, Anuradha Seth. Segundo a Eurostat, a situação da disparidade salarial italiana está entre as melhores do Velho continente, pouco acima de 5%. Mas a estatística europeia é construída sobre os salários por hora, não leva em consideração outros descontos da situação de trabalho das mulheres italianas. O Observatório Jopricing, que analisa os ganhos brutos anuais no setor privado, calcula a diferença na ordem de 12% do salário, cerca de 3 mil euros.

Voltando para a ONU, a diferença salarial não tem uma ou duas causas, mas é devida à acumulação de uma série de fatores que incluem a subvaloração do trabalho das mulheres, a falta de remuneração do trabalho doméstico, a menor participação no mercado de trabalho, o nível das qualificações assumidas e a discriminação. Portanto, as mulheres ganham em média menos, porque trabalham menos horas com retribuição, operam em setores de baixa renda ou estão menos representadas nos níveis mais altos das empresas. Mas também, simplesmente porque recebem em média salários mais baixos do que seus colegas do sexo masculino para fazer exatamente o mesmo trabalho.

No geral, a estimativa da organização é que, para cada dólar ganho por um homem, uma mulher recebe em média 77 centavos.

As diferenças entre os países, no entanto, são importantes. Entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há países com diferenças inferiores a 5%, como Costa Rica ou Luxemburgo e outros que chegam a 36%, como a Coreia do Sul. As comparações são complicadas, considerando que os números variam dependendo da fonte e da metodologia, como visto acima para o caso italiano.

Na Espanha, por exemplo, a diferença é de 11,5%, segundo dados de 2014 utilizados pela OCDE, e de 24% de acordo com os dados de um relatório publicado um ano atrás pelo sindicato UGT. De acordo com os mais recentes cálculos da OCDE, no Japão a diferença é de 25,7%, nos EUA 18,9%, no Reino Unido 17,1% e na Alemanha 15,7%.

A diferença de salários entre homens e mulheres amplia-se geralmente em relação à idade, especialmente quando as mulheres têm filhos.

De acordo com estimativas recentes, a cada nascimento as mulheres perdem uma média de 4% do seu salário em relação a um homem; para o pai, ao contrário, a renda aumenta cerca de 6%. Isso demonstra, relata Seth, que grande parte do problema é o trabalho familiar não remunerado que as mulheres continuam a desempenhar de maneira desproporcional.

Na África subsaariana e na Ásia meridional, por exemplo, a disparidade salarial em relação ao gênero corresponde respectivamente a 31%, e 35% para as mulheres com filhos, e 4% e 14% para as mulheres que não têm filhos. Apesar da inclusão das mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, o número de mulheres ativas continua a ser muito inferior ao dos homens; além disso, em muitos casos, as mulheres trabalham menos horas.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2015, 76,1% dos homens em idade de trabalho faz parte da população ativa, enquanto o número é de 49,6% para as mulheres. No ritmo atual, adverte a ONU, serão precisos mais de 70 anos para acabar com as disparidades salariais entre homens e mulheres.

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