19 Outubro 2017
O Ministério da Educação da Flandres aprovou um projeto de uma rede de escolas secundárias inacianas flamengas, em Bruxelas, para construir uma nova escola no município de Molenbeek.
A reportagem é de Raphaëlle d'Yvoire, publicada por La Croix Intenational, 18-10-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Um projeto com que os líderes do "grupo de educação jesuíta flamenga de Bruxelas" vinham sonhando há anos - abrir uma terceira escola secundária em uma área desfavorecida da capital - finalmente foi aprovado pelo Ministério da Educação da Flandres.
Anteriormente, o grupo operava duas prestigiadas escolas no centro e no norte de Bruxelas, respectivamente. O novo projeto tem como objetivo oferecer ensino de qualidade para crianças de 12 a 18 anos de uma maior diversidade de origens, no subúrbio de Molenbeek, em Bruxelas.
"Quando as autoridades de Bruxelas solicitaram, em 2014, que as escolas da capital aumentassem sua capacidade, principalmente nos municípios ocidentais, que são historicamente menos favorecidos, decidimos assumir nossa responsabilidade e começamos a buscar uma localização", explica Paul Yperman, vice-diretor da associação.
O projeto foi finalmente realizado por meio de um esforço coletivo com um promotor através de um programa de parceria entre entidades públicas e privadas, incluindo a construção de habitação social, que conseguiu obter aprovação e financiamento do Ministério da Educação da Flandres.
O local escolhido fica em meio a vários edifícios industriais antigos e abandonados, não muito longe da estação de metrô "Gare de l'Ouest", no coração de Molenbeek.
"É o local dos sonhos... Não só nos permite responder a uma necessidade urgente, mas também representa um sinal positivo para este bairro tão afetado, que tem sido muito estigmatizado desde os ataques a Paris e a Bruxelas", explica.
A escola, que terá uma capacidade de 850 alunos, abrirá as portas aos estudantes em setembro de 2021 e deve oferecer uma gama mais ampla de fluxos de educação secundária, proporcionando aulas vocacionais e técnicas, além de educação geral.
Esta decisão foi deliberada com o objetivo de facilitar a ancoragem da escola na localidade e construir pontes entre a educação geral e técnica no bairro.
"Em nosso país, a maioria das escolas jesuítas historicamente oferecia educação geral", explicou Véronique Thielemans, diretora geral da escola secundária jesuíta Jan-van-Ruusbroec, no norte de Bruxelas.
"Mas em outras partes do mundo, como, por exemplo, em países de língua espanhola, as escolas jesuítas fornecem principalmente educação técnica e profissional", acrescentou.
"É um desafio, mas gostaríamos que fosse visto como uma forma de responder ao apelo do Papa Francisco de promover a justiça social através da educação", afirma Yperman.
O nome da escola já foi decidido e já foi divulgado em toda a cidade de Molenbeek: Collège Van Broeckhoven.
O nome escolhido homenageia o padre Egied Van Broeckhoven, um padre jesuíta da classe trabalhadora que atuou na região antes de morrer, tragicamente, aos 34 anos, no final da década de 60, após um acidente de trabalho.
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Jesuítas belgas abrem escola numa periferia muçulmana, conhecido como berço de Bruxelas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU