Esquerda e direita. Artigo de Gianfranco Ravasi

Mais Lidos

  • Dossiê Fim da escala 6x1: Redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1: Desafios e estratégias sindicais no Brasil contemporâneo

    LER MAIS
  • Celular esquecido, votos mal contados. O que aconteceu no Conclave. Artigo de Mario Trifunovic

    LER MAIS
  • O ato de cuidado e proteção a padre Júlio Lancellotti. Carta de Toninho Kalunga

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

Natal. A poesia mística do Menino Deus no Brasil profundo

Edição: 558

Leia mais

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

12 Julho 2016

"O funeral das ideologias não apenas varreu – beneficamente – os dogmatismos, as histerias teóricas, os sistemas cristalizados. Também simplificou o pensamento, banalizou a projetualidade, zombou dos ideais, apagou a dialética, reduziu o debate ou a vazio ou a confronto."

A opinião é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado no jornal Il Sole 24 Ore, 10-07-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

"Estranha época – dirão os historiadores do futuro sobre nós – aquela em que a esquerda não era esquerda, a direita não era direita, e o centro não estava no meio."

Lembro-me dele nos anos 1960, como ministro da Cultura com o retorno de De Gaulle ao poder. André Malraux, porém, tinha sobre as costas uma vida turbulenta como escritor, arqueólogo, crítico, viajador, combatente, aventureiro. Nascido incendiário, morreu bombeiro, ao menos em nível político. E, sobre a política, escreveu coisas como a citada acima, que pareceria o comentário de um notista parlamentar dos nossos dias (e, ao contrário, Malraux morreu em 1976).

O funeral das ideologias não apenas varreu – beneficamente – os dogmatismos, as histerias teóricas, os sistemas cristalizados. Também simplificou o pensamento, banalizou a projetualidade, zombou dos ideais, apagou a dialética, reduziu o debate ou a vazio ou a confronto.

Por isso, talvez seja necessário retornar à distinção, à doutrina, à gama das cores, abandonando o cinza monocromático.