28 Mai 2008
Para Timothy Lenoir, a linguagem é uma forma alternativa de vida em nós, um “parasita externo que co-evolui conosco”. E vai além: qualquer mudança na organização da informação, como a Internet, gera modificações na neuroarquitetura do cérebro humano.
Ele afirmou que há hoje, em geral, o medo de que a comunicação mediada pelo computador esteja mexendo de tal maneira conosco que estejamos sendo transformados por ela. Mas é um medo que não impede o avanço da ciência nessa área, pois, segundo dados apresentados por ele, até 2006 haviam sido investidos mais de quatro bilhões de dólares em pesquisas em nanotecnologia em todo o mundo. Pesquisas essas que deram origem, por exemplo, aos nanocabos de comunicação, ao desenvolvimento de órgãos artificiais na medicina.
Lenoir apontou, nesse sentido, a preocupação de alguns estudiosos como Rodney Brooks, que afirma, em seu livro Flesh and machines, que já estamos a caminho de mudar nosso genoma de forma profunda e, dessa forma, teremos a chave da nossa própria existência. Aqui, Lenoir apontou duas perguntas cruciais: a partir dessa visão, que espécie de pessoas pode surgir desse humano pós-biológico? E o que queremos dizer com o termo pós-humano?
A linguagem, seria uma forma alternativa de vida em nós, um “parasita externo que co-evolui conosco”. Por isso, segundo Timothy, qualquer mudança na organização da informação – como a que a Internet causa a partir da multiplicidade de máquinas e de processadores, e da ubiqüidade da informação – gera modificações também na neuroarquitetura do cérebro, na psique e na consciência das pessoas.
(cfr. notícia do dia 28-05-08, desta página).