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07 Abril 2011

"All are dead, all are dead". Em uma salinha do poliambulatório, ele murmura poucas palavras em um inglês exausto, os olhos baixos no rosto negro escavado. É o primeiro sobrevivente que fala sobre aqueles 250 companheiros de desventura, engolidos pelas ondas de três metros de altura, exatamente enquanto os marinheiros de uma lancha italiana tentavam puxá-los para cima. Uma tragédia com um final feliz para ele que, poucas horas depois, iria se reencontrar com a namorada que acreditava estar morta.

A reportagem é de Alessandra Ziniti, publicada no jornal La Repubblica, 07-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Meu nome é Peter, Peter Uko". Camisa vermelha ainda ensopada, um copo de água na mão que treme, Peter começa a contar a sua história, contando em inglês até 17. "One, two, three...". São as horas passadas em navegação até o momento em que as coisas ficaram verdadeiramente feias.

"Depois, `bad see`, o mar começou a ficar feio, as ondas altíssimas. No barco, estávamos em 300. As mulheres gritavam, as crianças choravam, o motor soluçava, depois parou. De noite, quando vimos o navio chegar com as luzes apagadas, aconteceu de tudo. Os marinheiros estavam jogando uma corda, navegávamos na superfície da água, e o barco começou a se encher e depois virou. Caímos todos no mar. Eu tinha a boca cheia de água, bebia e bebia, buscava manter a minha mão agarrada à da minha namorada, mas depois ela escorregou e se afogou. Eu procurava nadar. Depois alguém me puxou para cima. Até o meu amigo, que havia partido conosco, morreu entre as ondas".

Peter é do Camarões, tem 27 anos. Conta ter partido de Al Zwara, na Líbia, há dois dias depois de ter pago 400 euros aos traficantes de imigrantes. "Eu vivia na Líbia há dois anos. Também fui prisioneiro. Depois me libertaram. Trabalhava como pintor. Quando a guerra estourou, os policiais de Kadafi queriam que combatêssemos contra os rebeldes. E quem se recusasse era agredido, torturado. Melhor a morte, melhor enfrentar o mar do que ficar lá e matar outras pessoas. E assim partimos. Agora que perdi tudo, até Mimi, quero tentar recomeçar em algum lugar".

Mimi está viva

Mas Mimi está viva, salva por uma outra lancha italiana. Quando ela conta a sua odisseia a quem presta os primeiros socorros, ela também acredita que Peter está morto.

"Eu tinha medo já antes de partir. Os líbios odeiam os negros e matariam o meu namorado, que não queria se alistar. Diziam-nos: `Se vocês não querem combater, vão embora, vão para a Itália, senão serão mortos`. Partimos esmagados em um barco de dez metros. Havia muitas mulheres e algumas crianças, algumas muito pequenas. A bordo, alguém tinha um telefone via satélite e, quando o barco começou a engolir água, deram o sinal de alerta. Estava escuro, havia vento forte e ondas altíssimas. O meu namorado me segurava firme pela mãe, mas quando acabamos no mar, não o vi mais. Acreditei que ia morrer. Não sei mais nada de Peter".

Uma hora depois, entre lágrimas, Peter e Mimi se apertam em um abraço infinito.

O filho de Beddy

Quem não consegue nem chorar é Beddy, nigeriano, 20 ano. O seu filho de dois anos é talvez a menor vítima do naufrágio. Ele fala no centro de acolhida.

"Cheguei à Líbia depois de ter vagado por meio deserto. Sou jogador de futebol. Jogava em um time da série C, `Al Jazeera`, mas, para viver, fazia trabalhos temporários. Havia me casado há três anos, mas a minha mulher fugiu e me deixou sozinho com a criança. Nesse momento, decidi fugir também com ele. Ali, não teríamos escapatória. Segurei-o firme entre os meus braços durante toda a viagem, procurando aquecê-lo. Mas quando fomos arrastados para a água, ele me escapou, e não o encontrei mais. Procurei-o desesperadamente na escuridão, chamei-o, gritei o seu nome. Ele não me respondeu jamais".

A escolha de Karim

Ele é somaliano, diz ter 17 anos. Mostra um grande hematoma no supercílio, sinal de um soco que teria recebido de um outro migrante.

"Já estávamos na água, quase ninguém sabia nadar. Em dois, tentaram se agarrar às minhas costas e me empurravam para baixo. Lutamos para ficar flutuando. Não sei nem quem eram. Estava escuro. Não sei se ainda estão vivos".

Ele fala também algumas palavras em italiano, que diz ter aprendido com seu pai. "Fugi da Somália com a minha família. Primeiro estivemos no Sudão. Depois, nos estabelecemos na Líbia há um ano e meio, em Trípoli. Trabalhava como pedreiro. Parti sozinho".

Jareme, sem família

Ele também é somaliano. "Éramos cinco irmãos, quatro homens e uma mulher. Só eu me salvei. Havíamos decidido partir todos juntos. Ali seríamos mortos. Os líbios nos diziam: `Vão embora, embarquem, vão para a Itália`. Ao invés de controlar, ao contrário, é a própria polícia que favorece a fuga. Eis porque tantos estão partindo".

Ahmed, Asha e o seu pequeno

Ahmed, também ele somaliano, conseguiu sobreviver com a sua jovem mulher grávida. "Graças a Deus. Não sei como conseguimos. Asha está no oitavo mês de gravidez. Está bem, e o nenê também está bem. Disseram-me que é um menino. Eu não sabia. É por ele que aceitamos este risco. Esperávamos estar entre aqueles que conseguiriam".

O marinheiro e as ondas

Ele não quer dizer o seu nome. Conta que quem dirigia o barco era um traficante de imigrantes. "Quando ele viu a lancha, se assustou e desligou o motor, e o barco ficou à deriva entre as ondas que já tinham dois metros de altura. Naquele momento, os primeiros se agitaram, e o barco virou".

Sobre o traficante, ele diz: "É um somaliano. Sempre são somalianos. São eles que organizam as viagens e decidem tudo".

 


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