O impacto do Twitter sobre a cultura

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

19 Novembro 2012

A velocidade de comunicação e as microrrelações estão modificando o modo como funciona a nossa cultura.

A reportagem é de Giuseppe Granieri, publicada no jornal La Stampa, 17-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Em nível individual", bem sintetizava Ed Kuryluk há muito tempo, "o Twitter está nos ajudando a construir novas relações".

Em nível mais geral, no entanto, essa rede de microconexões constrói um verdadeiro marco cultural. E trabalha de modo mais profundo sobre o relato do mundo em que habitamos. Kuryluk dá o exemplo da China e dos terremotos, mas vimos isso acontecer recentemente com o furacão Sandy ou com as eleições norte-americanas. Afinal, Obama anunciou a vitória com um tuíte.

O Twitter, com a sua velocidade, está se tornando pervasivo. A notícia desses dias nos conta que o Exército israelense tornou públicas as suas últimas operações militares utilizando a popular rede social, ao invés de organizar a habitual coletiva de imprensa. Mas a população da Faixa de Gaza também o usa para os seus próprios objetivos, fazendo circular as informações.

"Tanto o Exército palestino quanto o israelense", comenta a Al Jazeera, "postam contínuas atualizações sobre os seus ataques em tempo real. E israelenses e palestinos estão duelando a golpes de hashtag para controlar a narração do conflito nas mídias sociais". O título é vagamente inquietante: Battleground Twitter.

São apenas casos novos. O Twitter teve um enorme papel em muitos grandes eventos dos últimos anos. Ainda em 2009, durante a "revolução verde", o governo norte-americano encaminhou aos gestores da plataforma o pedido de não realizar a manutenção prevista para não suspender o fluxo informativo proveniente do Irã. E depois vimos como o papel de um instrumento tão poderoso pode ser decisivo em muitos países de democracia limitada.

Não é difícil argumentar, como muitos fazem, que o Twitter tem um impacto também sobre a geopolítica. Com a rapidez com a qual o digital está mudando a nossa cultura, no entanto, os relatos e as notícias não ajudam a entender. As análises, ao invés, constroem uma compreensão mais precisa. Portanto, se você se apaixona pelo tema, pode dar uma olhada no post de Eva Harder, cujo título adverte bem sobre o conteúdo: How Twitter Is Changing the Face of Foreign Policy [Como o Twitter está mudando o rosto da política externa].

Mas há uma razão mais sutil para tentar não subestimar como o Twitter incide sobre o funcionamento da nossa cultura. É o de pensar sobre como ele está se tornando central na comunicação política e na crônica jornalística.

O jornal The Guardian, tempos atrás, em um artigo intitulado How Twitter is winning the 2012 US elections [Como o Twitter está vencendo as eleições de 2012 nos EUA], escrevia que, "com relação às últimas eleições presidenciais, o Twitter cresceu muito e está assumindo um papel central no debate político norte-americano". E relatava um comentário de Garance Franke-Ruta, editor sênior do Atlantic, que observava como a última campanha foi dominada pelos blogues, enquanto este ano, ao invés, o papel do Twitter foi determinante, porque boa parte das conversações se deslocou para lá. Começando pelas dos infiltrados.

Mas, acima de tudo, o Twitter está redesenhando a crônica jornalística do mundo. Rapidamente, ele está transformando o ciclo das notícias, envolvendo os cidadãos, modificando a relação dos repórteres com as fontes e criando novas configurações – em parte ainda por descobrir – sobre o modo como nos informamos.

É verdade, além disso, que muda muito também o trabalho do jornalista. E se você quer ter uma ideia disso, dedique alguns minutos para assistir a este vídeo poderoso e interessante: The Impact of Twitter on Journalism [O impacto do Twitter sobre o jornalismo].

Certamente, não é só o Twitter. Em geral, a nossa cultura está se moldando à difusão dos smartphones e da comunicação instantânea. Alguns dias atrás, falamos, por exemplo, sobre a difusão da fotografia como linguagem de narração. Assim, o primeiro link bônus de hoje refere-se justamente a esse tema: The Rise of Social and Mobile Photography [A ascensão da fotografia social e móvel].

O segundo link bônus é para aqueles que não são muito práticos acerca da lógica do Twitter e dos 140 caracteres: 8 Great Twitter Tools That Will Get You Tweeting Like A Pro [Oito grandes ferramentas do Twitter que farão você tuitar como um profissional].

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O impacto do Twitter sobre a cultura - Instituto Humanitas Unisinos - IHU