Psicólogo identifica estruturas religiosas escondidas no pensamento freudiano

Mais Lidos

  • As fantasias e elucubrações sobre o conceito JAMAIS no pronunciamento da CNBB

    LER MAIS
  • A Nova Maioria Global. Boletim de Conjuntura do Observatório Internacional do Século XXI

    LER MAIS
  • Seca no Amazonas deixa cidades isoladas e com escassez de alimento

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

08 Agosto 2013

Seria possível identificar alguma religiosidade em Freud? A resposta mais óbvia é não. Mas o psicólogo José Calderoni pensa diferente. E vale a pena ler o que ele diz em seu livro "Descobrindo o Impensado: a Religiosidade do Ateu Freud (e de Cada Um?!)", da Escuta.

O comentário é de Luiz Felipe Pondé, professor de Filosofia, publicado no jornal Folha de S. Paulo, 06-08-2013.

Apesar do título ser pouco claro, o livro em si é bem escrito, com aquele tom comum em bons autores terapeutas preocupados com a clínica: uma escrita solta, nada presunçosa, mas consistente.

A ideia de Calderoni parte da afirmação do filósofo Walter Rehfeld: existem estruturas de consciência religiosa na filosofia mesmo em autores claramente não religiosos ou ateus, como Freud. Daí, ele segue para a obra freudiana a fim de nela identificar indícios dessas estruturas.

Calderoni não se limita a essa identificação, mas também critica um certo culto à ciência em Freud, o que, na opinião do autor, torna ainda mais difícil percebermos que há religiosidade nele, apesar de ser um entendimento extremamente particular de religiosidade.

E quais seriam essas estruturas? Perdição, redenção e terceira realidade. Segundo Rehfeld e Calderoni, a vida é tomada por estas estruturas porque sempre estamos de alguma forma aquém do que nos é cobrado para viver.

Qual seria a perdição? Sofremos, nos perdemos de nós, cindindo o mundo entre "sujeito e objeto", criamos demandas sobre-humanas, nos isolamos (em Freud, isso se deve a uma má "interpretação" da sexualidade pela criança).

A redenção seria a busca de superar isso tudo via reflexão e projetos de vida (em Freud, fazendo análise) visando chegarmos a uma vida mais integrada, menos inautêntica e que dê sentido ao cotidiano (esta seria a terceira realidade), enfim, uma vida "curada".

Rehfeld acha que as religiões são formas históricas e dogmáticas dessa busca. Calderoni, que a terapia pode nos dar formas mais democráticas e menos dogmáticas dessa busca.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Psicólogo identifica estruturas religiosas escondidas no pensamento freudiano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU