Jeff Bezos: a nova economia ataca a antiga

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08 Agosto 2013

Para tranquilizar seus funcionários, Don Graham, presidente do Washington Post, citou Warren Buffett, o lendário investidor que considera Jeff Bezos, seu novo patrão, como "o homem mais capaz dos Estados Unidos".

A reportagem é de Sylvain Cypel, publicada no jornal Le Monde e reproduzida no Portal Uol, 07-08-2013.

Principal acionista da Amazon, que ele criou em 1994 aos 30 anos de idade com um empréstimo de US$ 300 mil dos pais, Bezos fez daquilo que era originalmente uma simples biblioteca online uma gigante mundial do comércio eletrônico.

Nos Estados Unidos, a Amazon certamente vende artigos de cultura, mas também computadores, eletrodomésticos, material de jardinagem e carros. A empresa, que se tornou tentacular, também expandiu em novos ramos, tornando-se um ator-chave da computação em nuvem, os serviços informáticos acessíveis de qualquer lugar, que ela vende às empresas. Quase vinte anos após seu início, a Amazon gerou um faturamento de US$ 61 bilhões (R$ 140 bilhões) em 2012.

Jeff Bezos é um homem que investe pesado para conquistar mercados, mesmo correndo o risco de sacrificar os lucros – no ano passado, a Amazon registrou uma ligeira perda.

Mas os investidores continuam a confiar nele. Em cinco anos, a capitalização da Amazon na Bolsa mais do que triplicou, chegando a US$ 137 bilhões. A gigante fascina o mesmo tanto que assusta. Sua incursão no setor de livros eletrônicos, graças ao seu tablet Kindle e ao e-book, amendronta as livrarias.

Jeff Bezos, 49, encarna um estado de espírito comum no eixo Portland-Seattle, ao norte da costa do Pacífico, como no Vale do Silício californiano. Uma mistura de incrível dinamismo dedicado à "inovação" e uma relação social no trabalho considerada "ultraliberal desenfreada".

Práticas sociais criticadas

Por acaso ou premonição, o concorrente do "Post", o New York Times, único a manter em Washington uma equipe de jornalistas tão volumosa encarregada da política interna americana, publicou na manhã da venda, abrindo seu caderno de economia, uma longa reportagem sobre os reveses da Amazon na Alemanha... Partindo de exemplos, a empresa foi acusada pelos sindicatos do país de práticas sociais e salariais lamentáveis.

Jeff Bezos nunca administrou nem dirigiu um jornal. De resto, na segunda-feira (5), seu discurso era o típico dos compradores de empresas: "Os valores do 'Post' não mudarão, ele deve aos leitores, não a seus proprietários." Os diretores, tanto de redação quanto administrativos, serão mantidos. Bezos garantiu que não tem "nenhuma intenção" de deixar sua cidade de Seattle, no Pacífico, para se instalar a 4 mil quilômetros de distância, em Washington. Não há previsto nenhum plano de demissão para os 2 mil funcionários do grupo. Portanto, seria uma continuidade sem percalços.

Ah, sim! Só uma coisa: "Com ou sem novo dono, teria de haver uma mudança ali", afirmou Bezos. De que tipo? É um pouco cedo para saber. Bezos reconheceu "não ter nenhum plano" específico para recuperar o jornal, mencionando "um terreno inexplorado aberto a experimentações".

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