Em Lampedusa, Papa Francisco não quer nenhum político

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05 Julho 2013

Os últimos imigrantes chegaram a Lampedusa nessa terça-feira à noite, 227 pessoas em um barco à deriva no Estreito da Sicília, rostos escavados, jovens, quatro crianças, mulheres grávidas. Um navio da Marinha militar os salvou a 70 milhas da ilha, e as lanchas de patrulha os desembarcaram no cais de Punta Favarolo, exatamente onde encontrarão o papa na próxima segunda-feira.

Nem todos, é claro. Na paróquia de São Geraldo, explicam que Francisco irá falar com cerca de 50 náufragos, escolhidos para representar os 460 que agora se encontram no centro de acolhida da ilha. Bergoglio fez uma escolha epocal: na sua primeira viagem como pontífice, rezará pelas muitas vítimas – calculam-se 20 mil afogados anônimos em 25 anos – e jogará ao mar uma coroa de flores.

A reportagem é Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 04-07-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ele quer "encorajar os habitantes da ilha e apelar à responsabilidade de todos para que se cuide desses irmãos e irmãs em extrema necessidade", e é com eles, habitantes e náufragos, que ele quer falar. Por isso, a Santa Sé logo avisou que Francisco não gostaria que houvesse autoridades, políticos ou instituições várias, senão as locais.

Naturalmente, além do pároco, padre Stefano Nastasi, que, em março, convidou o papa recém-eleito, ele também "filho da emigração", o padre Federico Lombardi explicou que Francisco veria o arcebispo de Agrigento, Francesco Montenegro – com o qual celebrará a missa –, e a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini. Ponto.

"A visita será realizada na forma mais discreta possível", como em forma privada. E foi isto que foi repetido a inúmeros notáveis que, nestas horas, se apresentaram: "O Santo Padre não quer".

Seis mil habitantes, três mil turistas, outros milhares de confirmados nestes dias: em Lampedusa calculam que se poderia chegar a "13-15 mil pessoas". Não há mais lugar nos aviões, nos barcos ou nos hotéis. Prepara-se uma acolhida simples, "um encontro com a dimensão cotidiana da ilha", explica o pároco.

Um marceneiro, Francesco Tucci, está fazendo um báculo para ser dado ao papa, talhado na madeira dos barcos. Francisco decidiu partir depois de saber dos 95 náufragos que há duas semanas foram encontrados agarrados às gaiolas dos atuns. Um gesto voltado à Europa e ao mundo.

"Precisamos nos interrogar sobre os comportamentos dos governos, especialmente com relação às condições e aos lugares dentro dos países reservados a essas pessoas deslocadas", escreveu nessa quarta-feira, no L'Osservatore Romano, o cardeal Antonio Maria Vegliò. "Cristo está presente na ilha naqueles que chegaram na ilha e na população local que os acolhe".

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