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Constantino hoje. Para além da época constantiniana

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03 Janeiro 2013

O Édito se tornaria o símbolo de uma reviravolta decisiva para a história da Europa, e a atitude de Constantino com relação ao cristianismo, bastante complexa, senão ambígua.

A análise é do historiador italiano Paolo Naso, professor das universidades de Roma e de Milão, e do teólogo italiano Brunello Salvarani, professor da Faculdade Teológica da Emilia Romagna. O artigo foi publicado na revista italiana Jesus, de dezembro de 2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Parece fácil, dizia uma antiga propaganda. E pareceria fácil aproveitar uma recorrência amplamente anunciada como os 1.700 anos que nos separarão, em 2013, do chamado Édito de Milão, para eleger Constantino I, o Grande, como defensor ante litteram da liberdade religiosa e, forçando tempos e linguagens, da laicidade do Estado e do pluralismo religioso.

Muitos elementos autorizam a ir nessa direção: o Édito em questão concedia a todos, dentro das fronteiras do Império Romano, plena abertura a um ou outro credo religioso, sem intromissão de cima. Note-se: a Igreja Ortodoxa, de mãos dadas com algumas das Igrejas católicas de rito oriental, considera Constantino tradicionalmente como santo e até mesmo semelhante aos apóstolos (isapostolos), na linha daquela divinização do imperador que constituirá, como se sabe, uma característica precípua do sistema oriental do Império.

Na realidade, se o Édito se tornaria o símbolo de uma reviravolta decisiva para a história da Europa, a atitude de Constantino com relação ao cristianismo parece ter sido bastante complexa, senão ambígua. Daí as muitas lendas que surgiram ao longo dos séculos (como a da doação da Europa ocidental ao papa, desmontada inequivocamente no século XV pelo filólogo humanista Lorenzo Valla) e os problemas nunca resolvidos sobre as relações entre poder político e fé religiosa.

Daí, mais uma vez, a reação preocupada de personalidades como o rabino-chefe da comunidade judaica de Roma, rabino Riccardo Di Segni, que, diante das celebrações já iniciadas, afirmou resolutamente: "A conversão do imperador ao cristianismo não foi, de fato, o início da tolerância religiosa. Ao invés, é de lá que tiveram origem as perseguições infligidas às outras religiões. A partir daquela infausta data, todos os não cristãos começaram a ser perseguidos. Por isso, constitui claramente uma fraude fornecer uma interpretação dela em termos positivos e até mesmo exaltá-la como um passo à frente para a humanidade".

Ele chega a falar de pacificação fingida e tacha o evento como uma operação cultural que instrumentaliza conscientemente "um remoto passado para difundir na sociedade globalizada contemporânea modelos inquietantes de predomínio religioso que obstaculizam a pacífica convivência entre os crentes".

E isso não é tudo. O prior de Bose, Enzo Bianchi, em uma conferência magistral por ocasião da recente edição do evento Torino Spiritualità, admitiu que o Édito promulgado por Constantino, se converteu o cristianismo de superstitio a religio lecita, representou também um passo decisivo para a progressiva cristianização do Império, que tornou impossível o martírio e diluiu a mensagem evangélica. Tanto que santos monges como Antônio do Deserto e Pacômio comunicaram o seu protesto a esse respeito através da sua escolha de vida radical: fizeram do deserto uma cidade, porque, na acomodação no mundo por parte da Igreja institucional, perceberam um indício claro da perda do autêntico discipulado cristão.

O jogo, portanto, não é tão claro para se jogar, e os materiais deveriam ser utilizados com uma certa delicadeza, evitando atualizações forçadas, anacrônica e historiograficamente questionáveis. Portanto, deixemos que os historiadores façam o seu trabalho e, repensando o próximo aniversário futuro, limitemo-nos a extrair dele alguma sugestão, pensando a Itália de hoje e o nó cultural e político da relação entre o Estado e as presenças religiosas. A esse respeito, o debate dos últimos anos nos entrega três temas de certo interesse para as instituições e para os crentes das diversas fés, mas também para quem não crê ou crê em termos não convencionais.

O primeiro: definitivamente declinou na Itália e na Europa aquele sistema de cristandade que um certo constantianismo contribuiu para fundar. O sonho de uma Europa cristã do Atlântico aos Urais, e da Escandinávia ao Mediterrâneo – tão caro, dentre outros, a João Paulo II – desvaneceu antes ainda de se especificar. Alguém objetará que, na realidade, desvaneceu o sonho europeu tout court: não se trata de uma consideração equivocada. No entanto, também é verdade que nunca decolou a ideia de que a Europa poderia encontrar o seu tecido conectivo nas famosas raízes cristãs que, impossíveis de negar, também se entrelaçaram com as de outras fés e as de outras culturas, não por último as de um pensamento ateu sem o qual é difícil imaginar e compreender fases inteiras da modernidade.

A ideia de Europa certamente não pode ser reduzida às frias tecnocracias das instituições de Bruxelas, mas deve ser reconduzida a uma visão de conjunto centrada na paz, nos direitos humanos, na laicidade, na liberdade de expressão, na emancipação das mulheres, na igualdade diante da lei, prescindindo do censo, do gênero e da identidade religiosa. Valores fundamentais, afirma-se comumente, que, porém, às vezes foram reconhecidos e conseguidos até mesmo contra aqueles regimes de cristandade que, ao invés, defendiam o ancien régime, juntamente com religiões de Estado identificadas e achatadas sobre poderes que pretendiam obter a sua legitimidade diretamente da vontade de Deus.

Aquele desencanto do sagrado que depois transformou a Europa no continente mais secularizado do planeta encontra muitas causas na institucionalização do cristianismo em formas políticas fatalmente passageiras: terminados os regimes de cristandade dos Estados confessionais, o cristianismo nas suas várias expressões encontrou-se novamente frágil, por estar exposto aos ventos da secularização de sociedades de fato pós-cristãs.

Em outros lugares – caso típico de estudo, os Estados Unidos –, as coisas aconteceram de forma diferente: a estrita separação entre o Estado e as confissões religiosas prescrita pela Primeira Emenda da Constituição determinou um mercado religioso aberto, em que diferentes comunidades de fé entraram em contato e se mediram, cada uma dando o melhor de si e tentando responder às variadas demandas espirituais que surgiam tanto do povo dos crentes, quanto daqueles que, ao invés, olham para a fé com distanciamento e ceticismo.

Segundo elemento de reflexão: a secularização europeia parece ter chegado ao seu ápice, e, como notam vários estudiosos das tendências religiosas, hoje também no velho continente se deveria falar de pós-secularização. Atenção, porém: não é um retorno ao passado tranquilizador dos campanários e das festas de padroeiro lotadas. Pensar nisso seria outra perigosa ilusão. A pós-secularização abre um cenário totalmente inédito, caracterizado por múltiplos elementos, além disso, nem sempre coerentes entre si: o primeira é que, se é verdade que os temas religiosos voltam a interrogar a tantos, tudo isso não se traduz em igrejas mais cheias e seminários mais lotados.

Isto é, a experiência da fé volta a interessar e até a fascinar – no rádio, lê-se a Bíblia integralmente; em muitas cidades, ocorrem festivais lotados da religião ou da espiritualidade; alguns teólogos vendem livros ao ritmo de best-sellers –, mas não a comprometer, ao menos na direção de uma adesão consciente e madura a uma proposta confessional.

Dever-se-ia dizer que a pós-secularização também é pós-confessional, no sentido de que, como por exemplo ocorria no Reino Unido há décadas, crê-se sem pertencer (G. Davie): a experiência da fé ou da busca da fé, em outro termos, não coincide necessariamente com um ato formal de adesão ou uma prática coerente. Muitas vezes, é um rastro tênue que pode conduzir a uma meta, mas não raramente se resolve em uma contínua peregrinação em busca, mais do que de Deus, de si mesmos.

Uma característica de percursos espirituais semelhantes é que eles não são lineares, nem exclusivos: uma característica original da era pós-secular é a admissão de escolhas múltiplas, nas quais se reza com a lectio divina e se faz meditação transcendental, se pratica ioga e se vai a Pietrelcina, se olha o horóscopo e se leem os livros do cardeal Martini. Equipadas para um combate não particularmente vitorioso contra a secularização, as Igrejas europeias ainda estão despreparadas para o confronto com a era pós-secular, considerando, talvez, que o vento está voltando a soprar nas suas velas. Não é assim, dizem-nos estudos e previsões sociais, e seria a hora de se colocar a pensar humildemente sobre esses panoramas.

A terceira consideração refere-se principalmente à Itália, o país europeu que, por evidentes razões históricas (e políticas), vive mais diretamente a relação com as cúpulas mundias da catolicidade. Como ela aborda tais novidades, como ela se coloca em tais cenários? A impressão é a da confusão dos trabalho em andamento, daquele canteiro de obras sem projeto sobre o qual escrevemos recentemente, em que se intuiu que é preciso intervir de algum modo, mas não se sabe bem como e segundo quais diretrizes.

A Itália parece suspensa entre o passado confessionalista de uma relação estreita e orgânica entre a Igreja Católica e os centros do poder político, e um futuro que vai inexoravelmente rumo a uma laicidade das instituições que proteja o novo pluralismo religioso: novo por ser evidentemente diferente daquele histórico constituído pelas presenças judaicas, valdenses, ortodoxas e luteranas, determinado em grande medida (mas não exclusivamente) pelos fluxos migratórios.

Nesse esquema, não está claro o quadro do presente. Em poucos meses, o mesmo Parlamento que, durante anos, havia bloqueado os acordos com algumas confissões religiosas (mórmons, apostólicos e ortodoxos), os aprovou com uma ampla maioria. Parece até que estão chegando aqueles acordos com os hindus, os budistas e os testemunhas de Jeová, os dois últimos suspensos até desde o ano 2000. Três ou até mesmo seis acordos em poucos meses representam uma novidade política e cultural de absoluto relevo. Que leitura dar-lhes? Efeitos colaterais de um governo técnico mais livre dos vetos de alguns partidos contrários a essas aberturas? Um pequeno lampejo de modernização no sentido do pluralismo religioso destinado a se fechar em poucos meses? Ou uma nova cultura da liberdade religiosa e, portanto, do pluralismo confessional que vai amadurecendo também entre nós? E se esta fosse a resposta qual é a avaliação da Igreja Católica?

Escrevemos poucos dias depois do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização e pouco antes de um importante congresso dos delegados diocesanos para o ecumenismo e o diálogo que irá refletir sobre o novo contexto sociocultural que interroga os cristãos. Veremos.

Em todo caso, discutir sobre esses temas seria uma forma interessante para honrar a sério os 1.700 anos do Édito. Não para celebrar um passado ambíguo, mas sim para construir um futuro compartilhado, ainda hoje incerto.


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