Por: Jonas | 14 Agosto 2014
Nas periferias brasileiras, 43,8 por cento das mulheres já foram vítimas de algum tipo de assédio enquanto utilizavam o transporte público. Os números estão em um relatório elaborado pela organização humanitária ActionAid, que ouviu 306 mulheres, entre setembro e outubro de 2013, em comunidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
A reportagem é publicada por Pulsar Brasil, 13-08-2014.
Das 50 moradoras de Heliópolis, na capital paulista, entrevistadas na pesquisa, todas afirmaram já ter sofrido assédio no transporte coletivo. No Complexo da Maré, zona norte do Rio, a média atinge os 66 por cento. Segundo o levantamento, a maioria das mulheres adota, em seu cotidiano, medidas para tentar impedir o abuso: 71 por cento delas declararam, por exemplo, evitar sentar no fundo do ônibus.
O tempo de espera pelo transporte foi citado como fator de aumento da insegurança por quase oito entre cada dez entrevistadas. A maior parte aguarda até 50 minutos pela chegada da condução.
O transporte público não foi o único serviço analisado pelo estudo. Outros, como educação, moradia, iluminação e policiamento também foram questionados pelos pesquisadores. Em relação ao policiamento, pouco mais da metade das mulheres disse já ter sido alvo de assédio praticado por policiais – em uma comunidade em Pernambuco, o número chega a 84 por cento.
O relatório integra a campanha Cidades Seguras para as Mulheres, promovida pela ActionAid e apoiada por organizações feministas, como a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e Associação de Mulheres Brasileiras (AMB). A ação foi lançada na última sexta-feira (8), durante a abertura do Fórum Nacional de Reforma Urbana, que ocorreu na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
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Nas periferias brasileiras, 43,8 por cento das mulheres já sofreram assédio no transporte - Instituto Humanitas Unisinos - IHU