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Geração UPP: maioria não tem religião e prefere shopping a baile

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29 Abril 2014

Na casa do estudante Carlos Roberto Geremias, de 15 anos, todo 23 de abril é dia de acender uma vela para São Jorge. O menino mora com a família — devota do santo, que ocupa um lugar de destaque na casa dos Geremias — na favela Nova Divineia, no Andaraí, e, seguindo a tradição dos pais, afirma ser católico. Mas, como um dos pesquisadores selecionados pela UPP Social para ir a campo entrevistar outros jovens, Carlos Roberto, ou o Betinho, se surpreendeu ao descobrir que a maioria dos adolescentes de sua geração se declara sem religião.

A reportagem é Ludmilla de Lima, publicada pelo jornal O Globo, 27-04-2014.

Esse é um dos resultados mais curiosos da pesquisa “Agentes da Transformação — O Censo da Juventude das Áreas Pacificadas”, feita pelo Instituto Pereira Passos (IPP) e o Instituto TIM com 5.400 meninos e meninas, entre 14 e 24 anos, de dez áreas pacificadas do Rio. Os dados traçam um perfil dessa juventude, que curte muito mais ir ao shopping e ao cinema do que se acabar num baile funk e que já não depende das lan houses para se manter conectada com o mundo.

Dos entrevistados, 39,26% afirmaram não ter religião, contra 30,09% que responderam ser católicos e 26,62% evangélicos. O teólogo Antônio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz, disse que o resultado da pesquisa não significa que esteja surgindo uma geração agnóstica. Na opinião dele, provavelmente, esses jovens não negam a existência de um criador. Eles, diz Costa, não têm um compromisso com a religião institucional.

— Isso prova a dificuldade que a religião institucional encontra para se dirigir à alma do jovem. Esses jovens têm muita dificuldade de se sentar e ouvir uma pessoa falar (seja um padre ou um pastor) porque são bombardeados a todo momento por uma comunicação muito vibrante, como a internet — disse o teólogo.

A pesquisa também mostra o que os jovens mais gostam de fazer com seu tempo livre. Ir ao shopping é a atividade de lazer preferida: nada menos que 68% disseram que foram passear entre corredores e vitrines nos últimos três meses. Assistir a um filme no cinema vem em segundo, com 48,1%, na frente dos bailes (funk, charme etc), frequentados por 46,4%. No questionário, o item praia acabou ficando de fora e deve entrar na próxima etapa do levantamento, no segundo semestre, com mais sete comunidades.

Os dados foram coletados no fim do ano passado por cem adolescentes com o apoio de tablets cedidos pela TIM, que ofereceu uma bolsa mensal de R$ 250 por cinco meses de trabalho. Fizeram parte Cidade de Deus, Vidigal, Pavão-Pavãozinho, Tabajaras, Providência, Morro dos Prazeres, Borel, São Carlos, Nova Divineia e Formiga. Os resultados serão apresentados a secretarias municipais em maio, em seminário organizado pelo IPP, e ajudarão a nortear políticas públicas em áreas como educação, cultura, esportes e ciência e tecnologia.

O estudo prova que os jovens dessas comunidades fazem parte de uma geração super conectada. Do total, 89% deles acessam a internet, sendo 72,8% todos os dias. Grande parte, ou 67,2%, disse aos pesquisadores que acessa a web de casa. Os celulares são o meio de navegação para 21,4%, enquanto as lan houses, febre no passado, são usadas hoje apenas por 4,8%.

Betinho usa a internet a cabo do seu computador tanto para se divertir antes e depois dos deveres de casa quanto para fazer exercícios escolares. Ele está no 1º ano do ensino médio de uma escola particular, da qual é bolsista, e mora com os pais e dois irmãos num pequeno imóvel em uma área de risco da Nova Divineia.

— Tem deveres do colégio que são feitos pela internet. A gente recebe um login para fazer esses exercícios extracurriculares, que valem ponto — diz Betinho, que usa também a internet do seu celular e do tablet que ganhou por ter sido um dos pesquisadores mais aplicados.

O adolescente já escreveu e ilustrou 25 livros infantis com fábulas e histórias do cotidiano. Seu principal leitor hoje é o pai, o motorista de ônibus Carlos Reis Geremias, de 55 anos, que tem o ensino médio completo.

— Com a idade, surgem ideias mais complexas. Tenho ideias para dois ou três livros maiores, com mais de 200 páginas, que terão um pouco de mágica e tratarão de assuntos como corrupção e inveja — revela o menino, que já sabe o que quer: fazer faculdade de letras na UFRJ ou Uerj e ser escritor.

Assim como Betinho, uma parcela significativa dos jovens quer hoje voar mais alto que os pais. Dos que participaram da pesquisa do IPP, 26,76% desejam completar o ensino superior. Outros 23,43% almejam terminar o ensino médio, enquanto 23,02% pretendem cursar uma pós-graduação ou mestrado e doutorado. Por outro lado, os chamados “Nem-Nem” — jovens que nem estudam, nem trabalham nem procuram emprego — preocupam: eles representam 20% do total entre 18 a 24 anos.

Presidente do IPP, Eduarda La Rocque analisa os dados sobre educação com otimismo.

— A informação mais relevante e interessante da pesquisa é sobre a formação. Os 50% dos jovens que querem ensino superior completo ou ir além trazem esperança. Os dados mostram também que a população jovem é mais educada que os pais — avalia Eduarda.

Falta de áreas de lazer

O levantamento também perguntou qual é o nível de escolaridade do principal responsável dos jovens de 19 a 24 anos. Excluindo os 25% que não souberam responder a questão, o resultado foi que a maioria (36,2%) não completou o ensino médio. E somente 3,6% concluíram o ensino superior.

Morador da Ladeira dos Tabajaras, Christiano Silva, de 20 anos, entra na classificação “Nem-Nem”: pai de Bianca, de 1 ano, ele se vira fazendo bicos quando aparecem. Ele parou de estudar há dois anos, no 7º ano, e queria fazer um curso na área de informática. Do universo entrevistado, 19% têm filhos e 17% já são responsáveis por seus domicílios.

—Eu queria arranjar um trabalho que desse para estudar ao mesmo tempo — comenta Christiano, que, depois de afirmar não ter religião, emenda que sua “religião é Deus”.

Grávida de quatro meses de uma menina, Mirella Michele, de 17 anos, não pretende interromper os estudos. No 1º ano do ensino médio, ela mora na Nova Divineia e se assustou, como pesquisadora do levantamento, com tantos jovens sem religião:

— Sou católica, mas vi que tem muita gente que não vai à igreja. É muito estranho — conclui Mirella, que se prepara para assumir um lar com o namorado, de 19 anos, que trabalha, mas parou de estudar.

Da Ladeira dos Tabajaras, Thalita Souza, de 16 anos, cursa o 1º ano do ensino médio de um colégio estadual e foi também uma das pesquisadoras selecionadas pela UPP Social. Sua mãe, que trabalha na limpeza de uma creche, estudou até o antigo primário.

— Ela tem que estudar para escolher o que é melhor para a vida dela. Para ser gari hoje tem que estudar — diz a mãe, Luciana Souza, de 30 anos, que procura um emprego para a filha.

Thalita não escolheu ainda uma profissão, mas vê a sua entrada na faculdade como uma oportunidade de ganhar dinheiro e melhorar a casa onde mora, um quarto e sala. Enquanto só estuda, ela ajuda a cuidar dos três irmãos, todos mais novos. Quando “não tem nada para fazer”, gosta de dar um rolé nos shoppings RioSul e Nova América.

— Gosto mais de shopping e cinema. Em baile sempre tem briga, e você vai só para gastar dinheiro e voltar para casa — critica Thalita, que declara não ter religião e reclama ainda da falta de áreas de lazer na favela. — Essa é uma comunidade sem espaço para as crianças brincarem. Não tem pracinha. Só o Lajão (uma quadra de futebol sem manutenção).

A cientista social Marina Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), relaciona a preferência pelos shoppings à falta de equipamentos culturais e explica que hoje há mais liberdade na escolha da religião:

— Hoje você tem cada vez mais religiões, mas tem também a possibilidade de não seguir a prática religiosa dos pais. No passado, isso causava mais conflitos.

Andrea Pulici, doutora em planejamento urbano pela UFRJ e coordenadora de campo da pesquisa, interpreta o alto número de jovens com internet em casa como uma estratégia de proteção dos pais de manter os filhos “presos”. Para ela, o trabalho indica ainda que, além de muito mais informada, a juventude das favelas tem hoje novas ambições. A coordenadora acredita que os resultados poderão guiar o poder público e as instituições privadas na preparação dessa garotada para o futuro:

— Eles não querem mais ser torneiros mecânicos e costureiras. Os cursos precisam ser modificados. Eles querem fazer línguas, fotografia, ser engenheiro. São jovens que têm muito mais acesso à informação que os de antigamente. Eles querem muito mais.


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