27 Fevereiro 2014
Uma semana de atividade intensa em Roma, havendo no ar muitas mudanças, chegará ao seu cume com a cerimônia pública da criação de 19 novos cardeais , eclesiásticos de tendências reformistas selecionados pelo Papa Francisco para pôr sua marca sobre o Colégio cardinalício. O próprio Colégio se reunirá de forma completa pela primeira vez desde quando Francisco foi eleito há um ano, e haverá discussões e decisões sobre muitíssimos problemas referentes à futura direção da Igreja católica.
A reportagem foi publicada pelo jornal The Tablet, 20-02-2014. A tradução da versão italiana é de Benno Dischinger.
Ressalta sobre as demais uma proposta significativa, proveniente do Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, coordenador do grupo de oito cardeais conselheiros do Papa. Maradiaga disse numa entrevista a um cotidiano francês que idealmente o Pontifício Conselho para a Família deveria ter na chefia um casal de cônjuges, e que deveria tornar-se parte do Conselho para os leigos, o qual, por sua vez, surgiria no status de Congregação.
O Pontifício Conselho para a Família fora inicialmente concebido para ser acertado que o pensamento do Vaticano sobre matrimônio e família não perdesse o contato com a realidade. Ao invés disso, particularmente sob a presidência do ancião cardeal Alfonso Lopez Trujillo, ele se tornou uma plataforma para uma visão ultraconservadora da sexualidade. Famosa é a ocasião na qual Trujillo afirmou, contrariamente à opinião universalmente concorde de médicos e cientistas, que o vírus do HIV podia passar através da membrana do preservativo – e que, portanto, os preservativos contribuíam à difusão da Aids.
Um presidente laico casado ou uma presidência coletiva, em particular com uma maioria de membros leigos e o justo equilíbrio de gênero, poderiam redimir o conselho e torná-lo novamente útil. Mas, não deve ser novamente presa de pessoas de mentalidade restrita e interesses setoriais. O modo católico de considerar o matrimônio e a família deve evoluir se deve refletir o modo pelo qual os católicos vivem a sua vida.
Aquilo de que a Igreja necessita absolutamente é de um organismo que ponha antecipadamente limites àquela mudança, enquanto defensor de princípios morais ou ideológicos que mais constituem a causa do problema do que sua solução.