Padres casados e diaconisas acrescentariam “dinamismo”, diz assessor do Vaticano

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

28 Julho 2015

“Padres casados e diaconisas devem ser reintroduzidos o mais rápido possível. Isso traria um novo dinamismo à Igreja”, disse Dietmar Winkler, futuro reitor da Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Salzburgo, ao jornal austríaco Salzburger Nachrichten em entrevista durante o Festival de Salzburgo.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada pelo National Catholic Reporter, 23-07-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Na ocasião, Winkler falou que não via motivos para que os homens que se sentem chamados ao sacerdócio devam ser forçados a viver uma vida celibatária. O ascetismo, a que os religiosos se sentem chamados, é um carisma que não deveria ser forçado às pessoas, declarou.

O entrevistado explicou que, durante séculos, o celibato obrigatório não fazia parte da Igreja – o que veio a acontecer por diversas razões, uma das quais sendo a de evitar que dinastias imperiais herdassem os bens da Igreja.

Questionado sobre o que acontecia com os sacerdotes casados supondo que se divorciassem, Winkler respondeu que havia muitos que não conseguiram permanecer celibatários. O fracasso, aqui, sempre foi algo possível. “Jesus veio para os imperfeitos, e não para os perfeitos”, disse ele.

“Isso significava que se podia casar duas vezes?”, perguntou o jornalista.

A Igreja Ortodoxa encontrou uma boa solução, ele disse: Ela conta com padres casados e, sob certas condições, permite um segundo casamento na Igreja. De acordo com o presente ensino católico romano, os parceiros de um segundo casamento vivem em pecado permanente. “Acho que esta postura é, de fato, errada; e esta problemática vai ser um entrave no Sínodo em outubro, no Vaticano”, disse Winkler. “Discutir a teologia do matrimônio é uma obrigação”.

A questão da ordenação feminina é “teologicamente complicada”, disse ele, mas diaconisas “que são bem documentadas até a Idade Média” deveriam ser reintroduzidas o mais rápido possível.

Winkler, de 52 anos, patrólogo e orientalista de renome, foi nomeado pelo Papa Bento XVI para atuar como assessor do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e confirmado, para este ofício, pelo Papa Francisco. É também assessor da Congregação para as Igrejas Orientais.