A barbárie não brota de mentes desequilibradas, mas de uma racionalidade instrumental altamente calculada, a partir da concretização da tese benjaminiana de que “fascismo e progresso coincidem”, observa Manuel Reyes Mate
Não apenas exterminar fisicamente um povo inteiro, mas apagar quaisquer vestígios e contribuições metafísicas dos judeus para a história humana era o desejo do III Reich e sua racionalidade da eficácia, que fazem de Auschwitz um genocídio único. Para o filósofo espanhol Manuel Reyes Mate, “a racionalidade da eficiência não está apenas por trás do modo como os conspiradores de Wansee decidiram levar a cabo a solução final. É claro que há uma justificativa de eficiência por trás da criação dos campos de extermínio. Mas se essa racionalidade era exercida tão naturalmente pelos honrados cidadãos alemães, é porque fazia parte da cultura de sua época. Devemos nos perguntar sobre a afinidade entre a racionalidade da eficiência e a racionalidade do lucro que prevalece no sistema capitalista”. A nada casual coincidência entre fascismo e progresso aponta para um modelo de racionalidade que não se desfez em nosso tempo. Pelo contrário, segue operativo e tem consequências dramáticas sobre a política democrática liberal, sempre prestes a gerir o monstro autoritário que se metamorfoseia conforme o contexto geográfico e epocal.
Ao recordar os 80 anos da libertação do campo de extermínio de Buchenwald, a 6 km de distância do centro de Weimar, na Turíngia, Alemanha, o qual conheceu in loco, Reyes Mate pondera que o antissemitismo mudou e revela a “a rejeição de uma visão de mundo global em nome de um nacionalismo exclusivo”. Ele reivindica a importância do cultivo da categoria da memória para evitar que o indizível se repita. “No século XXI, fala-se muito sobre memória, mas ela é bastante hemiplégica: só valorizamos as nossas próprias vítimas e exigimos responsabilidade das pessoas do outro lado. A dupla memória de Buchenwald ainda está pendente”. Mais do que lembrar das vítimas, é preciso fomentar as condições políticas, éticas, estéticas e legais para “garantir que o futuro não seja uma continuação do passado. O dever de memória, adverte o pesquisador, “não é meramente uma questão de lembrar, mas sim de repensar os aspectos-chave da história (política, ética, estética…) a partir da barbárie”. Essa reformulação ainda está por ser feita.
Reyes Mate (Foto: Reprodução do Canal de Youtube de Cristianisme i Justícia)
Reyes Mate é professor do Instituto de Filosofia do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC). Dedica-se à pesquisa da dimensão política da razão, da história, da religião e da memória na filosofia depois de Auschwitz. É autor do livro Justicia de las víctimas: terrorismo, memoria, reconciliación (Editorial del Hombre, 2008), entre outros. Em português, citamos Memórias depois de Auschwitz (São Leopoldo: Nova Harmonia, 2005).
IHU – Há 80 anos, em 06-04-1945, o campo de concentração de Buchenwald (1) era libertado. Quais são suas maiores impressões sobre esse local?
Manuel Reyes Mate – O que se experimenta ao visitar campos é a eloquência do espaço. Há sentimentos, impressões ou mesmo ideias que não são aprendidos em livros ou conversas, mas sim derivados do lugar onde a vida e a morte ocorreram. A pedagogia dos lugares de memória é incomparável. Se isso se aplica a qualquer um desses lugares, o que Buchenwald acrescenta é que era um campo nazista e, mais tarde, soviético. Dupla experiência, então, da barbárie totalitária que assolou a Europa no século XX.
IHU – Pode recuperar a história de Buchenwald dentro do contexto do nacional-socialismo e como campo onde os soviéticos prenderam líderes locais do partido nazista, policiais e empresários que mantiveram linhas de produção com trabalho forçado?
Manuel Reyes Mate – Jorge Semprún, que foi um deportado espanhol em Buchewald, queria enviar uma mensagem às novas gerações no fim de sua vida, do próprio campo, para dizer-lhes que superar o passado, ou seja, a possibilidade de criar uma nova Europa, exigia assumir a responsabilidade por esse duplo passado totalitário. A esquerda teria que confrontar o passado totalitário comunista, e a direita, o passado totalitário fascista. Infelizmente isso não aconteceu. No século XXI, fala-se muito sobre memória, mas ela é bastante hemiplégica: só valorizamos as nossas próprias vítimas e exigimos responsabilidade das pessoas do outro lado. A dupla memória de Buchenwald ainda está pendente.
IHU – Buchenwald ficava a 6 km de distância no noroeste da área urbana de Weimar, cidade onde viveram Goethe (2), Schiller (3) e Nietzsche (4), local da proclamação da República de Weimar e sede da Universidade Bauhaus, do arquiteto Walter Gropius (5). Como entender o paradoxo da existência desse campo no coração cultural da Turíngia?
Manuel Reyes Mate – Entre as guerras, a Alemanha era o país mais culto da Europa. Mais jornais foram vendidos na Alemanha do que no restante da Europa. O que aconteceu precisamente ali para germinar a barbárie nazista? Lembro-me que o Papa Francisco deu um livro ao presidente espanhol Pedro Sánchez, que passou despercebido. O título era Síndrome 1933, de um autor italiano, judeu e comunista chamado Sigmond Ginzberg. A tese do autor é que um cabo de baixa patente, Adolf Hitler, conseguiu ascender ao poder porque outros fizeram o trabalho por ele. Durante a República de Weimar, houve tamanha deterioração nas instituições políticas, na língua, na imprensa, nas universidades e até nas igrejas que, quando Hitler chegou propondo a substituição de todo aquele mundo violento e conflituoso por um único movimento nacional, uma única verdade, um único líder ou Führer, todos o seguiram. A barbárie chega quando os democratas preparam o terreno para ela. Sem esquecer outro aspecto que Walter Benjamin (5) chamava a atenção: o fascismo não deve ser interpretado como algo ultrapassado. É, ao contrário, uma expressão eminente de uma forma de entender a Modernidade.
IHU – Como podemos compreender a racionalidade de desumanização sistemática que originou o nazismo? Seria adequado pensar esse movimento como um produto da hiper-racionalidade da Modernidade, em vez de justificá-lo como o resultado da ação de homens desequilibrados mentalmente, como o senso comum costuma compreender? Por quê?
Manuel Reyes Mate – Refiro-me ao que foi apontado acima. O já citado Benjamin disse que “fascismo e progresso coincidem”. Eles concordam com a naturalidade com que sacrificam tudo o que for preciso – em vidas ou humanidade – para atingir o objetivo pretendido. Algo tão reconhecido como o progresso é a marca registrada da Modernidade e também do fascismo e do stalinismo. Essa ideia, expressa nas décadas de 1930 e 1940, pode parecer um exagero. Hoje começamos a levar isso a sério porque iniciamos a associar o progresso à barbárie ou à catástrofe.
É verdade que estamos chegando a essa conclusão por meio da crise climática (já estabelecemos uma relação entre secas, devastação, incêndios, migrações, etc., e um modo de produção e consumo inspirado no crescimento incessante – ou seja, a ideologia do progresso). Isso nos leva à conclusão de que a barbárie não é resultado de mentes desequilibradas, mas de uma racionalidade instrumental altamente calculada.
IHU – A empresa familiar J.A. Topf & Söhne, fundada em Erfurt, era a fornecedora dos fornos para os campos de extermínio, inclusive Buchenwald. Da janela de seus escritórios, Ludwig Topf e Ernst Wolfgang, membros do partido nazista, podiam avistar a colina de Ettersberg, onde operava o campo de extermínio de Weimar. Em que sentido a racionalidade da eficiência está por trás da eliminação dos cadáveres nos crematórios, dando uma outra dimensão ao genocídio?
Manuel Reyes Mate – A racionalidade da eficiência não está apenas por trás do modo como os conspiradores de Wansee (7) decidiram levar a cabo “a solução final”. É claro que há uma justificativa de eficiência por trás da criação dos campos de extermínio. Mas se essa racionalidade era exercida tão naturalmente pelos honrados cidadãos alemães, é porque fazia parte da cultura de sua época. Devemos nos perguntar sobre a afinidade entre a racionalidade da eficiência e a racionalidade do lucro que prevalece no sistema capitalista.
O que é impressionante no Holocausto é o desejo não apenas de exterminar um povo, mas também de não deixar vestígios. É como se pensassem que, sem vestígios físicos, a humanidade esqueceria a contribuição metafísica do povo judeu para a história humana. Este ponto, além de qualquer racionalidade de eficácia, é o que torna Auschwitz um genocídio tão único.
IHU – Justamente nas comemorações dos 80 anos da libertação de Buchenwald, no último dia 6 de abril, o filósofo Omri Boehm (8), neto de um sobrevivente do Holocausto e um conhecido crítico do governo israelense e das suas ações em Gaza, levou os organizadores a retirarem o convite para sua participação na cerimônia em Weimar. O que esse fato aponta sobre o recrudescimento da extrema-direita na Alemanha, que já é a segunda maior força política no país? Como é possível compreender o crescimento da AfD?
Manuel Reyes Mate – A lembrança de Auschwitz não foi algo espontâneo. Depois da guerra houve silêncio e esquecimento. A memória foi uma conquista árdua, contra todas as probabilidades, no fim da década de 1970. Quero dizer que a memória, para existir, tem que ser cultivada. Hoje lembramos de muita coisa: há museus, monumentos, aniversários, livros, teses de doutorado que fazem a memória de Auschwitz. Lembramos de Auschwitz, mas não podemos usar essa memória para impedir a repetição da barbárie. Devemos então nos perguntar sobre a qualidade da nossa memória: a nossa maneira de lembrar corresponde ao dever de memória inspirado pela experiência dos campos de extermínio? Eu não acredito nisso.
Desenvolvemos um tipo de memória orientada para “lembrar as vítimas” em vez de criar condições políticas, éticas, estéticas, legais para garantir que o futuro não seja uma continuação do passado. “O dever de memória” não é meramente uma questão de lembrar, mas sim de repensar os aspectos-chave da história (política, ética, estética…) a partir da barbárie. A reformulação ainda está pendente.
O que é preocupante não é o crescimento da AfD, que de fato existe, mas a ausência da cultura de memória que deveria ter existido nas décadas anteriores. Para ser franco: acho mais preocupante que o projeto de uma Europa pós-nacional (que seria uma consequência política do “dever de memória”, como o entendo) não esteja avançando do que que haja alemães que reivindicam o hitlerismo. A paralisia dos ricos é mais preocupante do que a agitação da extrema-direita, porque os primeiros são considerados razoáveis, enquanto os últimos, não. Mas pessoas razoáveis não levaram a sério o dever de memória.
IHU – Acredita que a extrema-direita passará por uma reatualização e um aprofundamento com a aliança que se consolida entre Trump e Putin e que reverbera na Europa?
Manuel Reyes Mate – Acredito que os europeus deveriam rever seu relacionamento com a Rússia e rever o papel de Putin. A Rússia pode e deve ser parceira da Europa. O assédio a que a OTAN nos submeteu com uma política expansionista que não foi a acordada no fim da Guerra Fria explica, sem justificá-la, a guerra na Ucrânia. A Europa deve considerar seu relacionamento com a Rússia independentemente dos interesses dos EUA. Até onde sabemos, Trump não demonstrou uma única ideia razoável, enquanto Putin inicialmente fez gestos de disposição para democratizar. Era possível falar com aquele Putin; com Trump, não há maneira.
IHU – A partir desse cenário, quais as principais ameaças para a democracia liberal, seja na Alemanha, Hungria, Espanha, seja nos EUA ou no Brasil? Há uma espinha dorsal de extrema-direita que se repete e amolda os diferentes contextos políticos pelo mundo?
Manuel Reyes Mate – Na Europa, a extrema-direita, que é diversa, concorda em pelo menos dois pontos: a reivindicação do nacionalismo e a rejeição da construção de uma Europa Unida. O nacionalismo ad intra corresponde à xenofobia ad extra; a rejeição da União Europeia implica uma leitura do passado em que a barbárie se instaura como princípio regulador da política presente, com a consequente apologia da violência e o desprezo pela memória. A extrema-direita é, claro, um problema para a democracia, mas não é fácil de resolver porque, por um lado, a direita moderada é cada vez mais cúmplice da extrema-direita (como é o caso da Espanha), enquanto, por outro, tem muito a ver com as políticas da esquerda.
Esse conceito aparentemente paradoxal é claramente ilustrado no romance de Didier Eribon, Retour à Amiens, no qual o protagonista, filho de uma família comunista de longa data, vê sua família eventualmente acolher Le Pen. Ela conta o que realmente está acontecendo: ex-comunistas ou a classe média progressista estão se vendo progressivamente abandonados por seus antigos partidos, comunistas ou socialistas, deixando-os sem outro recurso além de apelar para serem franceses, que é o que os partidos de extrema-direita fazem tão bem.
Mais importante do que estabelecer um cordão de segurança para isolar esses partidos tão perigosos para a democracia, é rever a forma e a substância da política praticada por partidos de centro-direita e centro-esquerda que ignoraram as margens.
IHU – O rearmamento da Europa é uma realidade cujas consequências podem ser fatais para a humanidade como um todo. Como podemos entender que uma medida bélica esteja sendo tratada como uma ação de paz?
Manuel Reyes Mate – Essa corrida armamentista que afeta os países membros da OTAN me parece suspeita. O medo da Rússia cresceu e a diplomacia foi abandonada. O prudente Kant disse que a existência de exércitos é a maior causa da guerra. É grotesco que, no caso da guerra na Ucrânia, o único que fala em negociações seja Trump, enquanto a Europa continua determinada a derrotar a Rússia, algo que não pode acontecer. Todos sabemos que a Ucrânia não pode vencer esta guerra, nem a Rússia pode perdê-la. É hora de negociar. Sem ser ingênuo, estamos perdendo um plano de paz de médio e longo prazo, algo que interessa a todos, exceto aos fabricantes de armas.
IHU – Por outro lado, em que aspectos se pode dizer que o antissemitismo mudou? O que isso aponta sobre a intolerância, a construção de inimigos e o uso do medo como ferramenta política?
Manuel Reyes Mate – O antissemitismo mudou. Na Espanha, um país que expulsou os judeus em 1492, mas permaneceu antissemita... sem os judeus, acontece que aqueles que sempre foram antissemitas (a direita e a extrema-direita) agora são pró-judeus. O ditador Franco era pró-árabe e nunca reconheceu o Estado de Israel, algo que só ocorreu sob um governo socialista. Agora, a extrema-direita é antiárabe e pró-judaica, enquanto a esquerda é pró-árabe, como Franco era, e antijudaica, como a Espanha tradicional sempre foi. Essa mudança não é acidental e não tem nada a ver com a descoberta pela direita do valor da cultura judaica (que ela continua a abominar), mas sim com o significado político do Estado de Israel.
A situação precária de Gaza complicou consideravelmente as coisas porque a brutalidade da resposta israelense encobriu a responsabilidade de seus críticos. Estou impressionado com o tipo de superioridade moral com que muitos progressistas europeus julgam e condenam o Estado de Israel. Eles ignoram que “o problema palestino” é um problema criado pelos Estados europeus (ao não permitir que vivam entre si como povos diferentes, como queria o espírito da diáspora), sem mencionar as muitas “Gazas” que figuram em nossa história: quantas aljamas em diferentes cidades espanholas não foram queimadas, arrasadas e exterminadas por nossos avós, sem que ninguém tomasse nota!
Mas hoje, como ontem, o antissemitismo continua sendo uma questão fundamental por causa do que ele revela sobre o sujeito antissemita. O antissemitismo cristão, que durou séculos, revelou a fraqueza e o perigo de um cristianismo que havia renunciado ao espírito do monoteísmo judaico; o antissemitismo secular do século XVIII revelou as limitações de uma modernidade que queria ser universal, mas, sendo apenas pós-cristã, era incapaz de assumir o judaico ou o semita. O que o antissemitismo no século XXI está revelando é a rejeição de uma visão de mundo global em nome de um nacionalismo exclusivo.
(1) Buchenwald: campo de concentração nazista localizado em Weimar, no atual estado da Turíngia, no leste da Alemanha. Ficou em operação de 1937 a 1945, com 280 mil pessoas sendo aprisionadas no campo ao longo de sua existência. Cerca de 56 000 prisioneiros foram mortos em Buchenwald pelos alemães. Erguido na colina de Ettersberg, a cerca de seis quilômetros do centro de Veimar, constituiu-se num campo de trabalhos forçados para indivíduos considerados inimigos do nazismo, como comunistas, judeus, testemunhas de Jeová, ciganos e homossexuais. O lema sobre o seu portão era Jedem das seine (A cada um o seu). Após 1945 o campo ficou sob a administração da antiga União Soviética, que ali manteve, por sua vez, 28 mil prisioneiros de guerra, entre os quais nazistas. Sete mil vieram a falecer por doenças e por inanição. O primeiro comandante do campo foi Karl Otto Koch, cuja segunda mulher Ilse Koch ficou conhecida como “A bruxa de Buchenwald” (Die Hexe von Buchenwald), uma das figuras mais cruéis do Holocausto. Atualmente, o que resta do campo preservado constitui-se num memorial dedicado às vítimas de seu passado, sob a administração da Fundação de Buchenwald e Mittelbau-Dora.
(2) Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832): polímata, autor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico que também fez incursões pelo campo da ciência natural. Como escritor, foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã do iluminismo alemão e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do XIX. Juntamente com Friedrich Schiller, foi um dos líderes do movimento literário alemão Sturm und Drang e, posteriormente, do Classicismo de Weimar.
(3) Johann Christoph Friedrich von Schiller (1759-1805): poeta, filósofo, médico e historiador alemão. Schiller foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII e, assim como Goethe, Wieland e Herder, é um dos principais representantes do Classicismo de Weimar, e é tido como um dos precursores do Romantismo alemão. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou famosa na literatura alemã.
(4) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900): filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX, nascido na atual Alemanha. Escreveu vários textos criticando a religião, a moral, a cultura contemporânea, a filosofia e a ciência, exibindo certa predileção por metáfora, ironia e aforismo. É famoso por sua crítica à religião, em especial o cristianismo. Sobre seu pensamento, confira a Edição 127 da Revista IHU On-Line, de 13-12-24, intitulada Nietzsche Filósofo do martelo e do crepúsculo, disponível em https://www.ihuonline.unisinos.br/edicao/127 e a Edição 529, de 01-10-2018, intitulada Nietzsche. Da moral de rebanho à reconstrução genealógica do pensar, disponível em https://www.ihuonline.unisinos.br/edicao/529
(5) Walter Gropius (1883-1969): arquiteto alemão, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, tendo sido fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design, arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. Gropius iniciou sua carreira na Alemanha, seu país natal, mas com a ascensão do nazismo, na década de 1930, emigrou para os Estados Unidos e lá desenvolveu a maior parte de sua obra.
(6) Walter Benjamin (1892-1940): ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão. Associado à Escola de Frankfurt e à Teoria Crítica, foi fortemente inspirado tanto por autores marxistas, como Bertolt Brecht, como pelo místico judaico Gershom Scholem. Entre as suas obras mais conhecidas, contam-se A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936), Teses Sobre o Conceito de História (1940) e a monumental e inacabada Paris, Capital do século XIX.
(7) Omri Boehm (1979): filósofo israelense e professor associado de filosofia na New School for Social Research. É conhecido por sua interpretação da Amarração de Isaac (Gênesis 22), trabalho sobre Kant e escritos sobre Israel e o sionismo.
(8) Conferência de Wannsee: consistiu numa reunião de membros superiores do governo da Alemanha Nazi e líderes das SS, realizada no subúrbio de Wannsee, em Berlim, a 20 de Janeiro de 1942. O objetivo da reunião, marcada pelo diretor do Gabinete Central de Segurança do Reich, SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich, era assegurar a cooperação dos líderes de vários departamentos do governo na implementação da solução final para a questão judaica, pela qual grande parte dos judeus das regiões europeias ocupadas pela Alemanha seriam deportados para a Polônia e eliminados. Os participantes da reunião incluíam representantes de vários ministérios do governo como secretários de estado do Ministérios das Relações Exteriores, Justiça, e Interior, tal como ministros e representantes das Schutzstaffel (SS). No decurso da reunião, Heydrich descreveu como os judeus europeus seriam reunidos desde o oeste ao leste, e enviados para campos de extermínio no Governo Geral (a parte ocupada da Polônia), onde seriam executados.