Um anúncio surpreendente

Mais Lidos

  • “Não podemos fazer nada”: IA permite colar em provas universitárias com uma facilidade sem precedente

    LER MAIS
  • São José de Nazaré, sua disponibilidade nos inspira! Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Promoção da plena credibilidade do anúncio do evangelho depende da santidade pessoal e do engajamento moral, afirma religiosa togolesa

    Conversão, santidade e vivência dos conselhos evangélicos são antídotos para enfrentar o flagelo dos abusos na Igreja. Entrevista especial com Mary Lembo

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

Natal. A poesia mística do Menino Deus no Brasil profundo

Edição: 558

Leia mais

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

18 Dezembro 2014

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1, 26-38 que corresponde ao 4º Domingo de Advento, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

 
Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/.

Lucas narra o anúncio do nascimento de Jesus em estreito paralelismo com o de João Baptista. O contraste entre ambos os episódios é tão surpreendente que nos permite entrever com luzes novas o Mistério de Deus encarnado em Jesus.

O anúncio do nascimento de João Baptista ocorre em “Jerusalém”, a grandiosa capital de Israel, centro político e religioso do povo judeu.

O nascimento de Jesus anuncia-se numa terra desconhecida das montanhas da Galileia. Uma aldeia sem relevo algum, chamada “Nazaré”, donde ninguém espera que possa sair nada bom. Anos mais tarde, estas povoações humildes acolherão a mensagem de Jesus anunciando a bondade de Deus. Jerusalém, pelo contrário, rejeitá-Lo-á. Quase sempre, são os pequenos e insignificantes os que melhor entendem e acolhem a Deus encarnado em Jesus.

O anúncio do nascimento de João Baptista tem lugar no espaço sagrado do “templo”. O de Jesus, numa casa pobre de uma “aldeia”. Jesus faz-se presente aí onde as pessoas vivem, trabalham, se alegram e sofrem. Vive entre eles aliviando o sofrimento e oferecendo o perdão do Pai. Deus fez-se carne, não para permanecer nos templos, mas para “colocar a Sua morada entre os homens” e compartir a nossa vida.

O anúncio do nascimento de João Baptista é escutado por um homem venerável, o sacerdote Zacarias, durante uma solene celebração ritual. O de Jesus, é feito a Maria por uma “jovem” de uns doze anos. Não se indica donde está nem o que está a fazer. A quem pode interessar o trabalho de uma mulher? No entanto, Jesus, o Filho de Deus encarnado, verá as mulheres de forma diferente, defenderá a sua dignidade e as acolherá entre os Seus discípulos.

Por último, de João Baptista anuncia-se que nascerá de Zacarias e Isabel, um casal estéril, abençoado por Deus. De Jesus diz-se algo absolutamente novo. O Messias nascerá de Maria, uma jovem virgem. O Espírito de Deus estará na origem da Sua aparição no mundo. Por isso, “será chamado Filho de Deus”. O Salvador do mundo não nasce como fruto do amor de esposos que se querem mutuamente. Nasce como fruto do Amor de Deus por toda a humanidade. Jesus não é uma prenda que nos faz Maria e José. É uma prenda que nos faz Deus.