Uma convocação dos bispos argentinos: “Onde estão as crianças desaparecidas?”

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

30 Outubro 2014

Pela primeira vez na história argentina os bispos pediram publicamente por notícias sobre crianças desaparecidas durante a ditadura. O presidente da Conferência Episcopal Argentina, Dom José María Arancedo, arcebispo de Santa Fe de la Vera Cruz, gravou um anúncio junto de alguns Avós da Praça de Maio onde pedem, em nome de todos os bispos, aos que tenham alguma informação, que relatem às autoridades.

A reportagem foi publicada por Vatican Insider, 28-10-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

“Exortamos aqueles que tenham informações sobre o paradeiro de crianças roubadas, ou que conheçam lugares de sepulturas clandestinas, que se reconheçam moralmente obrigados a relatar às autoridades competentes”, assinala a nota recebida pela agência noticiosa Fides, como parte da mensagem de Arancedo. O anúncio será divulgado nos próximos dias e irá passar em todas as cadeias de televisão e rádio.

Recentemente, o presidente da Comissão de Pastoral Social da Conferência Episcopal Argentina, Dom Jorge Lozano, bispo de Gualeguaychú, escreveu uma carta na qual fez um pedido semelhante, com um forte tom de denúncia. Nela, Lozano pediu que se esclareçam os casos de crianças nascidas em situação de falta de liberdade. “Criou-se uma rede de silêncio e cumplicidade que amordaçou a verdade”, afirma na carta Dom Lozano, reiterando a “obrigação moral” dos que têm informações e que podem fornecer alguns dados.

“Sentimo-nos comprometidos a continuar buscando a verdade com a certeza de que isto nos fará livres”, afirmou Dom José María Arancedo, segundo a nota divulgada. O texto do anúncio, cujo título é “A fé se move em direção à verdade”, retoma uma declaração dos bispos argentinos de novembro de 2012. Há cerca de 400 famílias que procuram por seus netos “doados” ou desaparecidos durante o período de terrorismo de Estado.