Por: Caroline | 06 Dezembro 2013
“Quer me ajudar?” Estas três palavras foram usadas pelo Papa Francisco quando propôs a seu “número dois”, Pietro Parolin (foto, a direita), que se tornasse o secretário de Estado da Santa Sé. “Ao final disse que sim”, confessou o arcebispo italiano em uma de suas primeiras aparições públicas, desde que assumiu seu posto há cerca de 20 dias atrás.
Com uma natural bondade, ao estilo Bergoglio, Parolin dialogou com os jornalistas nesta quarta-feira, dia 04 de dezembro, em Roma, a alguns passos da Praça de São Pedro. Ao finalizar a apresentação do livro “Minha porta está sempre aberta”, que resume as experiências vividas pelo jesuíta Antonio Spadaro, realizou com o Pontífice uma longa entrevista, que foi publicada na revista que dirige: "Civiltà Cattolica".
O secretário falou de sua saúde, do trabalho do “C-8”, da reforma da Cúria Romana e do futuro da Secretaria de Estado. O Vatican Insider disponibiliza suas respostas.
A entrevista é de Andrés Beltramo Álvarez, publicada por Vatican Insider, 05-12-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/5rZdmK |
Eis a entrevista.
Antes de sua posse, temia-se pela sua saúde, produto da operação a que foi submetido, agora já se encontra bem?
Tudo foi superado, graças a Deus. Meu serviço não começou no dia 18 de novembro, iniciou-se em 15 de outubro, como estava previsto, mas em uma cama de hospital. Porque assim também se deve, e se pode, servir a Igreja. Este é um sinal muito claro de como se pode, verdadeiramente, colocar nossas fragilidades a serviço da Igreja, nossas debilidades, que são assumidas pela grandeza de Deus.
O que pode surgir da reunião destes dois dias do conselho de cardeais que assessoram o Papa e o ajudam nas reformas que impulsiona?
É cedo para fazer qualquer previsão porque na primeira reunião, realizada no início de outubro, reuniram-se todos os elementos recolhidos pelos cardeais, agora se começa a refletir sobre vários pontos concretos. Espero, de verdade, que seja uma reforma do espírito, isto é muito importante. Certamente as estruturas devem ser reformadas para terem mais a transparência do Evangelho e para ser mais eficaz no exercício concreto do serviço que devem prestar. O importante é que todos nos coloquemos como nos pede o Papa, nesta dimensão de renovação pessoal, de conversão contínua.
O que significa para a Igreja o pontificado do Papa latino-americano?
A esperança é que o evangelho possa chegar a todas as pessoas, esta dimensão missionária que é fundamental nas palavras e no estilo do Papa Francisco. E que vem, justamente, da América Latina. A Conferência de Aparecida acentuou esta dimensão missionária da Igreja, sobre a necessidade de alcançar a todos, ainda que, agora, se use a palavra periferia, e de levar a todos a riqueza do Evangelho. Estamos convidados a alegrar o mundo levando esta boa notícia.
Entre as reformas planejadas para a Cúria Romana, fala- se de transformar a Secretaria de Estado em uma “Secretaria Papal”, a que isto se refere?
Diria que não há nada de novo, porque já na "Regimini ecclesiae universae" (Constituição Apostólica de Paulo VI, sobre a Cúria Romana) já se falava da Secretaria de Estado como uma secretaria papal. Eu não sei se é apenas uma questão de nomes ou se o desejo é dar uma nova estrutura e um novo conteúdo à estrutura. Creio que já existe uma história a respeito, inclusive já ocorreram reformas, o importante é que a Secretaria de Estado se transforme, cada vez mais, numa estrutura a serviço do Papa, como já foi, mas que se adeque aos novos tempos e as novas estruturas.
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Francisco nos pede a “reforma dos espíritos” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU