O cardeal peruano pede a Gustavo Gutiérrez que corrija posicionamentos da Teologia da Libertação

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Por: André | 17 Setembro 2013

Em seu programa semanal de rádio “Diálogos de Fé”, o arcebispo de Lima e primaz do Peru, o cardeal Juan Luiz Cipriani, referiu-se na manhã do último sábado à Teologia da Libertação do sacerdote dominicano peruano Gustavo Gutiérrez, a quem pediu para corrigir temas que ainda pendentes. “A Igreja não aceita a luta de classes marxista”, disse o arcebispo de Lima, e assegurou que “a Igreja sempre teve a opção preferencial pela pobreza com nome e sobrenome e que foi objeto de um profundo estudo de uma das melhores cabeças, o Papa Bento XVI”.

A reportagem está publicada no sítio InfoCatólica, 15-09-2013. A tradução é de André Langer.

“Agora vejo que poderia ser uma nova primavera para Gustavo Gutiérrez”, acrescentou. O cardeal Cipriani recordou que “na última conversa que teve com Gutiérrez, antes que deixasse Lima, porque saiu porque que quis, eu não o expulsei, lhe disse que em sua juventude teve posicionamentos que na sua maturidade seria bom que revisse”.

Quando Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, exigiu, entre 1984 e 1986, que Gutiérrez “corrigisse dois de seus livros: Teologia da Libertação e A Força dos Pobres, que foram prejudiciais à Igreja”. “Se agora se corrigiu, não sei”, disse o cardeal peruano. “Estudando bem a instrução de Ratzinger (a Instrução Libertatis Nuntius, da Congregação para a Doutrina da Fé) fica bem claro que os escritos de Gutiérrez têm que ser corrigidos”.

A respeito do fato de que o Papa Francisco recebesse o teólogo peruano para uma audiência privada, intermediada pelo arcebispo Gerhard Müller, o cardeal disse que “não façamos uma guerra midiática”. O cardeal Müller é “um bom alemão, um bom teólogo, mas um pouco ingênuo”, estimou o arcebispo de Lima. “Minha leitura (dessa reunião) é que (Müller) quis aproximar-se do seu amigo (Gutiérrez), por quem tem um carinho todo especial, a quem quer de alguma maneira ajudar a corrigir e inserir-se na Igreja Católica”, assinalou.

O confronto entre o Vaticano e a Teologia da Libertação remonta à época do Pontificado de João Paulo II, que, em 1979, declarou que “uma concepção de Cristo como político, revolucionário, como o subversivo de Nazaré não corresponde à catequese da Igreja”. O Papa Francisco sempre foi crítico em relação a estes teólogos pelas mesmas razões que seu antecessor.

O Vaticano confirmou que o Papa Francisco recebeu em audiência o padre Gustavo Gutiérrez no dia 12 de setembro.