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05 Mai 2012

Depois de prever que o aquecimento global mataria bilhões de pessoas e reduziria a humanidade a um punhado de refugiados no Ártico, o cientista britânico James Lovelock, 92, admitiu que exagerou no catastrofismo.

A reportagem é de Reinaldo José Lopes e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 05-05-2012.

Criador da hipótese Gaia, segundo a qual a Terra se comportaria como um imenso organismo vivo, Lovelock é um dos gurus do movimento ambientalista.

Também escreveu uma série de best-sellers sobre o futuro apocalipse climático, como "A Vingança de Gaia", de 2006.

Em entrevista ao site da rede americana MSNBC, Lovelock disse que o comportamento do clima da Terra desde o ano 2000 contrariou suas previsões mais pessimistas, e que serão necessários mais estudos para entender o futuro do planeta.

"O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo, embora achássemos que sabíamos 20 anos atrás. Isso levou à publicação de alguns livros alarmistas, inclusive os meus", disse Lovelock, um dos pioneiros do estudo da química atmosférica.

"O clima continua fazendo os seus truques de sempre. Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos", mas não é isso o que está ocorrendo, reconheceu o pesquisador.

ESQUISITO

Para Lovelock, é estranho que a temperatura global da Terra não tenha passado por algum aumento nos últimos 12 anos, enquanto os níveis atmosféricos de CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), principal gás que esquenta o planeta, continuam subindo e batendo recordes.

Lovelock declarou ainda que outros ativistas antiaquecimento global, como o ex-vice-presidente americano Al Gore, também forçaram a mão no catastrofismo.

Gore não se manifestou sobre a entrevista de Lovelock. As declarações também não repercutiram entre os principais climatologistas do mundo, em parte porque quase ninguém, entre os que estão na vanguarda das pesquisas sobre o clima, têm opiniões tão extremas quanto as que ele defendia.

"Fico feliz que ele tenha mudado de ideia, mas Lovelock simplesmente não lia mais a literatura científica sobre o clima", disse o físico americano Joseph Romm, do site "Climate Progress".

Para ficar só no exemplo mais simples, a maioria das simulações do clima do futuro indica que a temperatura global deve ficar mais de dois graus Celsius mais quente até o fim deste século.

Esse aumento pode causar secas, inundações e aumento (de 1 m) no nível do mar. Mas não deve chegar perto dos cinco graus Celsius propostos por Lovelock.

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