Rio+20 corre risco de ser um fracasso, diz Cristovam Buarque

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27 Mai 2011

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), disse ontem que a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece em junho de 2012, 20 anos após a Eco-92, também no Rio, corre o risco de ser um fracasso.

A reportagem é de Rodrigo Russo e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-05-2011.

Presidente da Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Rio+20, Buarque aponta a falta de representatividade como principal problema da conferência.

"Duvido que o presidente Barack Obama compareça à reunião, deixando de lado as eleições que disputará ao fim do ano que vem", disse. O senador falou que o fato de o evento não ser coordenado por Ban ki-moon, secretário-geral da ONU, mas pelo subsecretário-geral e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, dá mostras de que o encontro não é uma prioridade da organização.

"Falta alguém como o Maurice Strong", disse Buarque, em referência ao canadense que coordenou a Eco-92, mas que não ocupava o posto de secretário-geral da ONU - à época, comandada por Boutros Boutros-Ghali.

Durante seu discurso na 23 Conferência da Academia da Latinidade, em que previa falar sobre educação, mas preferiu discutir a primavera árabe e o que chamou de "outono europeu", Buarque disse que os políticos estão preocupados com os problemas locais."Os problemas da presidente do Brasil são os problemas do país".

Outro dificuldade da Rio+20, segundo o senador, é a ausência de propostas.

"Está claro que o casamento entre democracia política, justiça social e crescimento econômico não se sustenta mais", disse, citando a ecologia como limite ao consumo da sociedade.

Para Buarque, o encontro deveria se concentrar em debater como eliminar a pobreza sem depender de crescimento econômico.

Ao fim de sua fala na reunião da Academia da Latinidade, que se encerra hoje, Buarque exortou os intelectuais a um novo encontro no ano que vem, no Rio de Janeiro, uma semana antes da Rio+20: "Ninguém vai levar em conta, mas, pelo menos, falaremos, cumpriremos nossa obrigação".