"Centrais levam agenda economicista e reformista para reunião com o governo"

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12 Março 2011

"Na reunião do governo com as Centrais sindicais prevaleceu uma agenda economicista e reformista". O comentário é de Cesar Sanson, pesquisador do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT.

Eis o artigo.

Levando em consideração o que diz a imprensa e os portais das centrais na internet, a grande pauta da primeira reunião entre a presidenta Dilma Rousseff com os sindicalistas foi a correção da tabela do Imposto de Renda.

A CUT após o encontro destaca em seu sítio o compromisso da presidenta Dilma Rousseff em definir uma política de correção da tabela do Imposto de Renda em longo prazo, semelhante àquela utilizada para estabelecer o valor do salário mínimo. Tudo indica que essa foi a principal reivindicação das Centrais.

A CUT destaca ainda, em segundo plano nas notícias do portal, que levou para a mesa de negociação com o governo o tema ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que coíbe a demissão imotivada, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário e a substituição do imposto sindical por uma taxa negocial.

É pouco para uma Central que nasceu definindo-se como classista e de ruptura ao corporativismo. A CUT, e particularmente o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que já foi a vanguarda da luta social brasileira apequena-se com uma agenda economicista como a correção do imposto de renda. Talvez, essa pauta, que se encontra no topo da agenda da Central seja indicativa de que os trabalhadores com carteira assinada, e em entre eles, os que mais ganham, tenham abandonado um projeto classista. Ainda mais grave é a rendição dos dirigentes a uma pauta reformista.

Onde fica a pauta, entre outras, que inclui a Reforma Agrária, a defesa dos que estão fora do mercado de trabalho, dos povos indígenas cada vez mais massacrados? Certamente não se vêem reconhecidos na luta pela correção do imposto de renda. Onde fica a crítica aos projetos arrasadores do meio ambiente, como as grandes hidrelétricas? Onde está a postura autônoma de crítica contundente as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo que cortam inclusive orçamento da área social?

A CUT, a maior e mais importante central sindical latino-americana dá mostra de perda de combatividade e rende-se a uma pauta economicista e reformista. Uma pena!`