Como será a nova escola digital após o choque da pandemia

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11 Abril 2022

 

Plataformas web e inteligência artificial: segundo Andrea Russo, da MR Digital, “é preciso refletir sobre o quanto a tecnologia pode realmente oferecer à educação”.

 

A reportagem é de Federico Cella, publicada por Corriere della Sera, 03-04-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Uma escola diferente, colaborativa e presencial, com a integração do digital servindo de ponte. A feira londrina da Bett – que terminou no dia 31 de março passado – já voltou a ocorrer e em um contexto decididamente mais prudente também em termos de presenças no ExCelL que contou com 20 mil participantes.

 

O ar que se respirava não era mais o de desafio a uma escola considerada velha e a ser mudada por meio de novos instrumentos que muitas vezes eram vividos como uma incômoda necessidade. Agora que o digital está aí, trata-se de entender como integrá-lo em um ensino que respeite a formação das novas gerações, mas sem que elas cresçam em um mundo diferente daquele que as espera lá fora.

 

“A pandemia criou um antes e um depois em muitas áreas. No setor escolar, além das grandes dificuldades, ela teve a capacidade de aproximar professores e estudantes – mas também famílias e diretores – na tentativa de levar em frente, juntos, um conceito de escola diferente que necessariamente teve que se basear no digital”, explica Riccardo Tavola, responsável de educação da Lenovo Itália.

 

“Agora, o desafio que temos diante de nós como líder do setor é ajudar a escola a integrar os instrumentos e as competências aprendidas nesses dois anos no ensino que finalmente voltou ao presencial.”

 

O tema da integração é uma espécie de fio dourado que percorreu toda a feira de Londres, e os gigantes – da Lenovo à Microsoft, passando pela Samsung e pelo Google – propõem soluções cada vez mais ancoradas nas reais necessidades das escolas para dar o salto qualitativo. E para visar a uma maior difusão das competências ligadas ao digital, as chamadas “soft skills”, não apenas entre os estudantes, mas também (diríamos acima de tudo) entre os professores.

 

“É preciso refletir sobre o quanto a tecnologia pode oferecer ao ensino, criando também caminhos personalizados nos quais o aluno possa fazer experiências de aprendizagem diferentes e dirigidas”, explica Andrea Russo, CEO da MR Digital.

 

“Para além das noções, que continuam sendo a base, é necessário justamente criar competências, as transversais que são necessárias para o mundo do trabalho de hoje e de amanhã, competências digitais que, segundo uma pesquisa recente, estão ausentes em 85% dos cidadãos europeus.”

 

Um exemplo é dado pela Brickslab, a plataforma web da MR Digital que reúne conteúdos e caminhos das editoras escolares e não só, para experimentar um mix diferente de aulas. Uma abordagem a Dante que se baseia também na exploração virtual dos lugares da “Divina Comédia”, mais do que no estudo da História – mesmo a dramaticamente atual do conflito na Ucrânia – através, por um lado, do arquivo do Corriere della Sera e, por outro, com o acesso às notícias, aos podcasts, aos vídeos do site do jornal.

 

Plataformas como a Brickslab também representam outra das tendências que surgiram da Bett, o uso de dados e, portanto, de algoritmos – leia-se: inteligência artificial – para a criação de caminhos dirigidos nas escolas individuais, até chegar à diferenciação nas turmas ou mesmo nos estudantes individuais. Uma evolução a ser tratada com atenção, porque de certa forma pode ir contra o papel de ascensor social que sempre foi desempenhado pelas instituições escolares. Mas que também pode ser bem-sucedido, especialmente nos últimos anos do Ensino Médio e nas universidades.

 

“Cada jovem têm as suas próprias características, e, na nossa ideia, os dados que você produz no software podem ajudar os professores a direcionarem os estudantes para onde se quer levá-los”, continua Russo. Com a deixa para chegar a trabalhar de modo dirigido nas competências que faltam ao estudante individual.

 

“Se queremos aproximar o mundo da escola ao mundo do trabalho, devemos pensar em instrumentos que apoiem os jovens também em relação a formas de autoaprendizagem.” Uma espécie de integração consciente ao percurso escolar.

 

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