Igrejas Cristãs do Brasil se solidarizam com a pastora Odja Barros

Foto: arquivo pessoal

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16 Dezembro 2021

 

As ameaças contra a pastora Odja Barros e contra inúmeras outras lideranças religiosas mulheres são reflexos do contexto político e religioso do país, que tripudia e nega a existência plena das mulheres, afirma nota do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC, publicada em seu portal, 15-12-2021.

 

Eis a nota. 

 

“A tolerância é um crime quando o que se tolera é a maldade.” (Thomas Mann)

“Felizes as pessoas que promovem a paz, pois elas serão chamadas de filhas de Deus.” (Mateus 5:9)

 


O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) repudia as ameaças de morte sofridas pela pastora Odja Barros, da Igreja Batista do Pinheiro, Maceió-AL. A pastora Odja e a Comunidade do Pinheiro são nacional e internacionalmente reconhecidas por seus trabalhos diaconais, ecumênicos, inter-religiosos e de promoção e defesa dos direitos humanos.

As ameaças de morte vieram após a pastora Odja celebrar, em sua Igreja, a união de duas mulheres – notícia amplamente veiculada nos meios de comunicação (clique aqui para ler).

Acolhemos e respeitamos o fato de que igrejas tenham compreensões diferentes em relação à acolhida e realização de bênção matrimonial entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, não podemos aceitar que pessoas ou participantes de comunidades e igrejas que, todavia, não acolham plenamente pessoas LGBTQIA+ em suas comunidades, ameacem pastores e pastoras de igrejas que adotaram, por coerência de fé, a plena aceitação destas pessoas.

Impossível não destacar os traços misóginos nos ataques direcionados contra a pastora Odja Barros. São raras as imagens em que a presença forte de mulheres esteja em destaque. As imagens da bênção matrimonial permitem ver que igrejas não patriarcais podem ser reais. Além do mais, estas imagens refletem a coerência profunda da vida vocacional da pastora Odja.

As ameaças contra a pastora Odja Barros e contra inúmeras outras lideranças religiosas mulheres são reflexos do contexto político e religioso do país, que tripudia e nega a existência plena das mulheres. O patriarcado se impõe aprofundando medos e disseminando violências. Não aceitaremos estas práticas.

Jesus de Nazaré, cujo nascimento celebraremos nas próximas semanas, nos ensina o amor incondicional. Toda pessoa que se diz seguidora de Jesus de Nazaré, como resposta ao Batismo, precisa comprometer-se em amar incondicionalmente. Armas e ameaças são a reprodução da mesma cruz que matou Jesus.

Apelamos que as autoridades do estado de Alagoas apurem, com rigor, as ameaças feitas, e que as pessoas envolvidas nas ameaças respondam pelos seus atos. Da nossa parte, acompanharemos de perto os desdobramentos desse ato odioso, certos de que a justiça será feita.

À pastora Odja e à toda comunidade do Pinheiro, a nossa irrestrita solidariedade.

CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

 

 

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