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08 Junho 2020

“Com essa revolta, mais uma vez, os povos da periferia podem ocupar a linha de frente da transformação do mundo. Porque a história humana mostrou que nunca se muda um sistema a partir do seu epicentro, mas sempre desde a sua periferia”. A reflexão é de Chérif Salif Sy, cientista político, professor pesquisador em economia no Senegal, em artigo publicado por Alternatives Économiques, 05-06-2020. A tradução é de André Langer.

Eis o artigo.

Fala-se muito de uma “nova ordem mundial”. Mas que nova ordem é essa? Impulsionada por quem e em benefício de quem? A qualificação precisa do que é proposto é fundamental.

Uma ordem mundial desigual

Sempre houve uma ordem mundial em cada etapa da história: nenhuma foi a ordem dos povos. Os monopólios imperialistas ainda têm uma interpretação limitada dessa “nova ordem”. Para eles, trata-se de tirar maior proveito da mão de obra e dos recursos naturais do Terceiro Mundo para manter a dependência por todos os meios possíveis e pela relocalização de segmentos dos processos produtivos que eles controlam, nada mais.

O que as populações do Sul e da África entendem por “nova ordem” é algo bem diferente: é a revisão da divisão internacional do trabalho que deve acompanhar e fortalecer o estabelecimento de uma economia nacional, autocentrada e industrial. Se era possível conciliar a integração no sistema mundial com uma estratégia de desenvolvimento nacional, a nova ordem econômica devia demonstrá-lo, uma vez que a divisão internacional do trabalho precisava se ajustar às exigências do desenvolvimento nacional dos países do Terceiro Mundo.

Três cenários para o Sul

Então surge a questão já levantada pelo professor Samir Amin: para onde vai o Terceiro Mundo?

Ele se submeterá gradualmente ao programa de reorganização dos monopólios que, para além da atual crise, acabará impondo uma nova divisão internacional do trabalho? Ou será que os Estados do Sul e da África conseguirão finalmente alcançar uma nova etapa do desenvolvimento capitalista, impondo sua participação na divisão internacional do trabalho em um nível menos desigual, passando gradativamente da dependência à interdependência?

Ou ainda, no caso das burguesias do Sul e da África não o realizarem, uma nova onda de revoltas populares traria mais uma vez os povos do Terceiro Mundo para o primeiro plano?

Com essa revolta, mais uma vez, os povos da periferia podem ocupar a linha de frente da transformação do mundo. Porque a história humana mostrou que nunca se muda um sistema a partir do seu epicentro, mas sempre desde a sua periferia.

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