O mundo não está preparado para o impacto da crise climática na água doce

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01 Novembro 2019

O planeta enfrenta ondas mais frequentes de inundações, secas e conflitos políticos devido aos efeitos da crise climática no abastecimento de água doce e está “muito mal preparado” para se adaptar a esses riscos, afirmam os especialistas.

A reportagem é de Emma Farge e Cecile Montovani, publicada por Público, 29-10-2019. A tradução é do Cepat.

O abastecimento de água de montanha, que fornece cerca de metade da água potável do mundo, está se tornando imprevisível, à medida que o aumento da temperatura média derrete as geleiras, alterando por sua vez os padrões pluviais e os níveis dos rios.

Em algumas áreas, como nos Alpes, o excesso de água das geleiras causou inundações repentinas, ao passo que a diminuição da cobertura de neve na Cordilheira dos Andes causou secas severas em países como o Chile.

Os cientistas se reuniram esta semana para uma Cúpula da Alta Montanha na Organização Meteorológica Mundial (OMM), em Genebra, pedindo uma melhor cooperação entre governos, pesquisadores e agências espaciais.

“Lamentavelmente, estamos mal preparados. Nossa infraestrutura foi construída nos séculos XIX e XX nas montanhas e rio abaixo e não temos mais esse clima”, disse John Pomeroy, professor da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, que copreside o evento.

A Suíça, o país anfitrião, estima que os danos causados pelas mudanças climáticas em sua infraestrutura, incluindo ferrovias, podem custar 1 bilhão de francos suíços (cerca de 1 bilhão de dólares) por ano. Mas, é improvável que outros países - que são muito mais pobres e experimentam desafios semelhantes – tenham fundos nessa escala para resolver problemas.

“Existem enormes lacunas, não apenas na forma como foi projetada nossa infraestrutura, mas também na infraestrutura que temos para monitorar a mudança (dos padrões climáticos)”, disse Carolina Adler, diretora executiva da Iniciativa de Pesquisa de Montanha, na Universidade de Berna, também copresidente do evento.

Para enfrentar os efeitos da crise climática na infraestrutura ligada ao abastecimento de água, seria necessário redesenhar as barragens e revisar os sistemas de irrigação, acrescentou Pomeroy.

Diferentemente dos dados meteorológicos, que os Estados-membro da ONU compartilham voluntariamente com a OMM, há décadas, a coleta de dados sobre recursos hídricos está em falta.

Um desafio será persuadir os governos a se comprometerem a compartilhar mais informações sobre hidrologia. Uma responsável descreveu o assunto como “muito delicado”, enquanto alguns países o consideram uma questão de segurança nacional.

Adler disse, no entanto, que é preciso cooperação para evitar tensões, como entre a Índia e o Paquistão, sobre o fornecimento de água, depois que Nova Délhi liberou água de uma represa agosto, e para evitar conflitos.

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