A União Internacional das Superioras Gerais denuncia “a cultura do silêncio e do segredo”, responsável pelos abusos na Igreja

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26 Novembro 2018

A União Internacional das Superioras Gerais, que participará da reunião convocada pelo Papa Francisco, no próximo mês de fevereiro, defendeu denúncias civis e penais, seja dentro das congregações, em nível paroquial ou diocesano “ou em qualquer espaço público”.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 24-11-2018. A tradução é de André Langer.

Uma organização internacional de irmãs católicas denunciou a “cultura do silêncio e do segredo” que cerca os abusos sexuais e pediu às religiosas que passaram por essa situação para que denunciem os crimes à polícia e aos seus superiores.

A União Internacional das Superioras Gerais (UISG), que representa mais de 500 mil religiosas de todo o mundo, comprometeu-se a ajudar as religiosas vítimas de abusos a encontrar coragem para denunciá-los, e prometeu ajudar as vítimas a encontrar cura e buscar justiça.

O comunicado, publicado às vésperas do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher da ONU, é o primeiro da UISG, grupo com sede em Roma, desde quando eclodiu novamente o escândalo de abusos e desde que os danos a religiosas causados por padres e bispos vieram à tona, incluindo um destacado caso na Índia.

A UISG, no entanto, não se referiu ao clero como os agressores. Embora esse tipo de abuso seja recorrente em algumas partes da África e a suposta violação de uma freira por parte de um sacerdote na Índia tenha sido manchete, também houve casos entre mulheres de uma mesma congregação.

Em sua declaração abrangente, a UISG condenou o que chamou de “padrão de abusos que prevalecem na Igreja e na sociedade de hoje”, citando os abusos sexuais, verbais e emocionais, como tipos de maus-tratos que ferem a dignidade das vítimas.

“Condenamos aqueles que apoiam a cultura do silêncio e do segredo, muitas vezes com a desculpa de ‘proteger’ a reputação de uma instituição ou justificando ser o abuso ‘parte de uma determinada cultura’”, disse o grupo.

“Nós defendemos um relatório transparente, civil e criminal de abusos, seja dentro das congregações religiosas, nos âmbitos de paróquias e ou dioceses, ou em qualquer espaço público”, acrescentou.

Uma investigação da Associated Press descobriu que na Europa, África, América do Sul e Ásia houve casos de abusos de freiras por parte de sacerdotes, salientando que o status de segundo das religiosas na Igreja contribuiu para um desequilíbrio de poder, razão pela qual as mulheres podem ser abusadas por homens com quase total impunidade.

Eis a declaração contra todos os tipos de abusos

A (UISG), formada por 2.000 Superioras Gerais de Congregações Religiosas Femininas de todo o mundo, representando mais de 500 mil religiosas, expressa sua profunda dor e indignação sobre os abusos que prevalecem dentro da Igreja e na sociedade em nossos dias.

Abusos em suas múltiplas formas: sexual, verbal, emocional ou de qualquer uso inapropriado de poder nos relacionamentos que diminuem a dignidade e o desenvolvimento saudável da pessoa que é vítima de tais abusos.

Nós, da UISG, apoiamos estas mulheres e homens corajosos/as que denunciaram seus abusos às autoridades. Condenamos aqueles que apoiam a cultura do silêncio e do segredo, muitas vezes com a desculpa de “proteger” a reputação de uma instituição ou justificando ser o abuso “parte de uma determinada cultura”. Nós defendemos um relatório transparente, civil e criminal de abusos, seja dentro das congregações religiosas, nos âmbitos de paróquias e ou dioceses, ou em qualquer espaço público.

Pedimos que qualquer religiosa que tenha sofrido algum abuso que o relate à pessoa encarregada de sua congregação, à Igreja e às autoridades civis, conforme julgar conveniente. Se a UISG receber um relatório de abuso, ouvirá diretamente a pessoa e a ajudará a agir com coragem e apresentar a denúncia às organizações competentes.

Nós nos comprometemos a trabalhar em colaboração com as autoridades civis e a Igreja para ajudar as pessoas que sofreram abusos a curar o passado através de um processo de acompanhamento, de busca de justiça e investindo na prevenção dos abusos por meio de programas colaborativos de formação e educação para crianças, mulheres e homens. Desejamos tecer a solidariedade nestas situações que desumanizam e contribuir com uma nova criação em todo o mundo.

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