Relatório da ONU aponta 21,4 milhões de pessoas subalimentadas na América do Sul, em todo o mundo são 821 milhões

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Por: Wagner Fernandes de Azevedo | 13 Setembro 2018

A fome e a subnutrição crescem na América do Sul desde 2012. Na terça-feira, 11-09-2018, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO divulgou o relatório A Segurança Alimentar e a Nutrição no Mundo. Os dados alarmam: são 821 milhões de pessoas subalimentadas no mundo, aumento de 17 milhões de 2016 para 2017. Os continentes africano e sul-americano apresentam um crescimento constante em quase todas as regiões e a Oceania teve a maior alta nos últimos 8 anos. O relatório desalenta para a segunda meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a erradicação da fome e da subalimentação até 2030. As principais causas apontadas foram por questões ambientais.

“Se não aumentarem os esforços, existe o risco de ficar muito longe da meta de erradicar a fome em 2030”, alertou a ONU. O objetivo de livrar o mundo da fome e subnutrição se torna um grande entrave para o desenvolvimento sustentável. Ademais do número de subalimentados, a FAO apresentou que há uma epidemia de obesidade entre os adultos, inclusive índices que apontam a coexistência com a fome e a subnutrição em muitos países.

Os números são preocupantes: 821 milhões de pessoas subalimentadas representam 10,9% da população mundial, em valores projetados. Os dados estão em crescimento, em 2016 calculou-se 804 milhões de pessoas subalimentadas. A FAO apresentou também os dados de insegurança alimentar, que aponta 10,2% da população mundial em situação grave – em 2016 o índice estava em 8,9%.

A América do Sul junto da África e a Oceania são os continentes que expressam proporcionalmente os maiores índices. A Ásia e América Central seguem desde 2005 reduzindo os números em todas as categorias. Europa e América do Norte seguem constantes.

A América do Sul seguiu um processo de redução da subalimentação e de avanços da segurança alimentar entre 2005 e 2010. Porém, desde a mínima há 8 anos, os retrocessos acentuaram-se com diferentes consequências. Os sul-americanos em condição de subalimentação são 21,4 milhões, ou 5% da população. Já o nível de insegurança alimentar grave cresceu de 7,3% para 8,7%. 

Um elemento é a disparidade dos níveis de subnutrição entre os gêneros. No continente, 8,4% das mulheres estão em condições de insegurança alimentar grave, acima da média mundial que é 8,0%, enquanto a porcentagem de homens é de 6,9%, abaixo da média mundial de 7,5%.

Considerando a América LatinaAmérica do Sul, Central e México – as taxas de crescimento infantil lento e sobrepeso infantil se assemelham. A primeira atinge 9,6% das crianças, enquanto a segunda com um leve crescimento do ano anterior, alcançou 7,3%.

O relatório também apresenta dados combinados com as pesquisas da Organização Mundial da Saúde - OMS, em escala mundial, sobre obesidade, amamentação anemia entre as mulheres com idade reprodutiva.

A porcentagem de obesos cresceu entre 2012 e 2017, de 11,7% para 13,2%. As crianças até 6 meses que se alimentam exclusivamente ou predominantemente de leite materno são 40,7%. A meta para 2030 é de 70%, nesse índice há pequena uma melhora geral nos últimos 5 anos. Porém o número de mulheres anêmicas se distancia ano a ano da meta para 2030. Em 2012, 30,3% das mulheres em idades reprodutivas eram atingidas, em 2017 a porcentagem subiu para 32,8%; enquanto a expectativa para 2030 é reduzir até 15,2%.

A FAO apresenta que o crescimento da subalimentação mundial esteve ligado às condições climáticas. Em 2014 e 2015 o fenômeno La Niña afetou a produção de alimentos de muitos países, com consequências maiores aos países em desenvolvimento. Entretanto a organização destaca a necessidade de se investir em políticas que superem a subnutrição.

Entre as necessidades estão: “ampliar o alcance das políticas de proteção social; fazer uma mudança para uma agricultura e sistema alimentar que leve em conta a nutrição; regulação do mercado que desincentive o consumo de alimentos poucos saudáveis; reforçar a governança pública para fazer frente aos conflitos de interesses e desequilíbrios de poder entre as partes interessadas”.

No relatório a ONU enfatiza para a necessidade da abordagem de gênero para o desenvolvimento das políticas, incentivos para a produção de alimentos saudáveis e a garantia de uma agricultura segura e de alta qualidade.

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