Itália. Padre é insultado por levar refugiados à piscina pública

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23 Agosto 2017

Ele presenteou com um “mergulho” na piscina cerca de 15 refugiados africanos que tinham trabalhado como ajudantes de cozinheiros e garçons na festa da organização sem fins lucrativos Gli Amici di Francesco. E a foto postada no Facebook custou-lhe uma avalanche de ofensas.

A reportagem é de Massimo Vanni, publicada por La Repubblica, 22-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Mas o padre Massimo Biancalani, pároco de Vicofaro, periferia de Pistoia, cidade que acaba de ser capturada pela centro-direita, não se abalou nem mesmo quando, sobre aquela foto, abateu-se o sarcasmo do líder da Liga Norte, [Matteo] Salvini.

Eis a entrevista.

Padre Biancalani, diga a verdade: você não esperava todas aquelas ofensas.

É triste, mas eu espero que sirva para abrir os olhos sobre o clima que está crescendo. Disseram-me que muitos daqueles perfis são vazios, que poderia ter sido a mesma pessoa. Foi feita até uma denúncia à polícia postal. Mas o problema é ético-cultural: o fenômeno da imigração é complexo e não tem nada a ver com o terrorismo.

Mas, no ano passado, você queria que os migrantes muçulmanos rezassem na igreja. O bispo [Fausto] Tardelli interveio.

Isso fazia parte de um projeto de acolhida, porque não basta um prato de sopa, mas também é preciso uma relação entre as religiões. Sobre a acolhida, há muito silêncio por parte da Igreja e das instituições.

Silêncio da Igreja?

Deveríamos, todos, ser mais corajosos ao afirmar o valor da acolhida. Em Pistoia, de 140 paróquias, apenas quatro abriram as suas portas. Em Gênova, apenas cinco. Se apenas 20% das paróquias abrissem as suas portas...

E o silêncio das instituições?

Elas não fazem um trabalho sério. A imigração não pode ser enfrentada com uma lei como a Bossi-Fini.

E com o código de [Marco] Minniti?

É uma tampa que foi posta ali. Os migrantes não estão chegando, mas está se gerando uma situação humanitária dramática na Líbia. Os jovens falam de execuções sumárias para quem tenta escapar dos campos, talvez apenas para procurar comida. Nós, italianos, corremos o risco de nos tornarmos cúmplices.

O que o bispo disse sobre aquela foto com os refugiados na piscina?

Ele me disse que nesta terça-feira viria visitar a paróquia para se encontrar com os jovens.

O Fratelli d’Italia, partido do prefeito de Pistoia, acusa você de fazer política.

É grave que o meu ser padre seja posto em discussão. O que está em jogo é sempre a mesma coisa: quando há um religioso orientado ao social, sempre chamam-no de comunista.

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