Quando João XXIII recebeu o primaz anglicano: e não tiraram uma foto

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27 Fevereiro 2017

Havia expectativa para a visita desse domingo à tarde do Papa Francisco à Igreja Anglicana de All Saints de Roma, outro passo no caminho do ecumenismo. O primeiro a receber um primaz anglicano no Vaticano? João XXIII. Mas não houve fotos para testemunhar isso.

O comentário é de Simone M. Varisco, publicado no blog Caffè Storia, 26-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Era grande a expectativa para a visita do Papa Francisco à Igreja Anglicana de All Saints (Todos os Santos) de Roma, na Via del Babuino, às 16h desse domingo. Outro passo no caminho do ecumenismo, depois que, no dia 6 de outubro do ano passado, Francisco tinha se encontrado com os primazes das províncias anglicanas na comitiva do arcebispo de Canterbury, Justin Welby.

O pontífice, na época, tinha chamado a atenção para os “50 anos de encontro e intercâmbio”, para um ecumenismo que “nunca é um empobrecimento, mas uma riqueza”, na certeza de que “o que o Espírito semeou no outro produz uma colheita comum”.

A visita de Francisco à All Saints Church continua aquilo que já foi iniciado nos pontificados anteriores, dos passos dados por João Paulo II e Robert Runcie – que disse que sonhava com a união da Igreja Anglicana e da Católica até o ano 2000 – à constituição apostólica Anglicanorum coetibus, de Bento XVI, para “a instituição de ordinariatos pessoais para anglicanos que entram na plena comunhão com a Igreja Católica”.

O primeiro a receber no Vaticano um arcebispo de Canterbury – na época, Geoffrey Francis Fisher – foi João XXIII, no dia 2 de dezembro de 1960. O primeiro encontro entre um pontífice e um primaz da Comunhão Anglicana desde 1559 e um marco do ecumenismo. Mas um evento do qual não existe nenhuma fotografia.

Narra-se que o parecer favorável de João XXIII ao encontro – o pedido vinha do próprio Fisher – gerou tal turbulência na Cúria que não foi sequer enviado um fotógrafo para imortalizar o acontecimento. Não foi uma decisão improvisada, mas sim preparada por anos de atenta reaproximação, mas que nem mesmo a fórmula de uma “visita de cortesia” foi suficiente para torná-la menos explosiva. Entre os mais crítico, o então núncio apostólico na Grã-Bretanha, Dom Gerald O’Hara.

No ano seguinte, Fisher se retiraria para a vida privada, não antes de ter desaconselhado a nomeação do pupilo Arthur Michael Ramsey à sua sucessão. Contudo, justamente como arcebispo de Canterbury, em 1966, Ramsey se dirigiria ao encontro de Paulo VI em visita oficial.

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