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11 Novembro 2016

A aversão à política tradicional atinge seu auge, repercute em Marrakech e ameaça conquistas do Acordo de Paris
O choque foi grande entre as delegações dos países presentes à Conferência do Clima no Marrocos, quase sem manifestações oficiais, praticamente todos tem demonstrado muita preocupação com o futuro do Acordo de Paris.

A reportagem é de Reinaldo Canto, publicada por Envolverde, 09-11-2016.

Ainda é cedo para saber o quanto a presidência de Trump irá alterar o que foi conquistado até agora, mas para Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, independente do que ele irá fazer, o mundo não está a mercê dos Estados Unidos, “a agenda climática deixou de depender de apenas um país, como no passado. O Acordo de Paris já tem 102 ratificações, além da americana, e esses países não vão esperar pelos EUA para agir, porque isso é interesse deles. Uma economia inteira baseada em energias renováveis está em movimento no mundo, e representa uma fatia crescente do PIB e da geração de empregos nos próprios EUA. As convicções pessoais de Trump terão, em alguma medida, de se enquadrar a essa realidade.”

Uma forte declaração em forma de apelo, foi dada pela Presidente Hilda Heine, das Ilhas Marshall, pequeno país da Oceania com apenas 52 mil habitantes. Segundo ela, Trump tem sido a fonte de muita discussão sobre as mudanças climáticas, mas passada a campanha as coisas podem mudar de tom. “Espero que ele perceba que a mudança climática é uma ameaça para o seu povo e para países inteiros que partilham mares com os EUA, incluindo o meu próprio. O Acordo de Paris sobre as alterações climáticas tornou-se lei tão rapidamente porque há um interesse nacional significativo para cada país na busca de uma ação climática agressiva. Para nós isso significa sobreviver e prosperar”.

Difícil imaginar que Trump vai estar preocupado com as questões globais, mas será que ele deverá mudar o que está indo no bom caminho? Para Christiana Figueres, ex-secretária-executiva das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, responsável pela condução do Acordo de Paris no ano passado, “muito além da política nacional, a modernização do sistema energético e da infraestrutura básica é boa para a economia americana, para o emprego e para o crescimento”.

Uma reflexão no mesmo caminho foi a levantada por Tina Johnson, Diretora de Política, da Rede de Ação Climática dos EUA. “O presidente eleito tem a oportunidade de catalisar mais ações sobre o clima que enviem um sinal claro para os investidores e manter a transição para uma economia renovável. China, Índia e outros concorrentes econômicos estão competindo para serem as superpotências em energia limpa global e os EUA não querem ser deixados para trás.”

O mundo amanheceu em choque e deverá agora se acostumar com a dura realidade da nova presidência americana. Mas nada fácil também será a vida de Trump diante de tantos desafios. Isso deixou bem claro, Annaka Peterson, Oficial de Programa Sênior, Oxfam América, “O mundo não vai esperar pelos EUA, nem o clima. Este ano, os impactos da mudança climática custaram aos EUA centenas de bilhões de dólares e colocaram 40 milhões de pessoas em risco de fome somente na África do Sul. O próximo presidente precisa trabalhar com o Congresso para avançar mais rápido para reduzir as emissões e proteger os direitos de homens e mulheres na linha de frente da crise climática.”

Donald Trump, seja bem-vindo ao cenário das mudanças climáticas, esse é o mundo que você irá encontrar!

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