Arcebispo de Canterbury admite o ''desafio'' gay para a Igreja Anglicana

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21 Março 2013

Em sua entronização como arcebispo de Canterbury, Justin Welby disse apoiar a oposição da Igreja ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também que é contra a homofobia.

A reportagem é de Peter Walker, publicada no sítio do jornal The Guardian, 21-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O novo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, destacou o desafio diante da Igreja Anglicana com relação às relações homossexuais antes da sua entronização nessa quinta-feira, dizendo que tem amigos que estão em relacionamentos gays duradouros e de sucesso "impressionante".

O 105º arcebispo de Canterbury e líder da comunidade anglicana mundial, que se tornará o primeiro titular do cargo a ser entronizado por uma mulher na cerimônia da tarde dessa quinta-feira, escreveu a Peter Tatchell oferecendo-se para discutir a sua atitude com relação ao casamento gay depois que o antigo ativista criticou-o em uma carta aberta.

Em uma entrevista com a BBC antes da entronização, Welby disse que, embora ele não tenha dúvidas com relação à política da Igreja ao se opor aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ele continua "desafiado a saber como responder a isso".

"Você vê relações homossexuais que são simplesmente impressionantes na qualidade da relação", disse Welby, 57 anos, acrescentando que ele tem "amigos particulares em que eu reconheço isso e sou profundamente desafiado por isso".

"A Igreja da Inglaterra mantém muito firmemente, e continua mantendo, o ponto de vista de que o casamento é uma união vitalícia entre um homem e uma mulher. Ao mesmo tempo, no coração da nossa compreensão do que é ser humano, está a dignidade essencial do ser humano. E por isso temos que ser muito claros sobre a homofobia".

Questionado sobre se a Igreja poderia simplesmente ignorar as relações homossexuais, ele respondeu: "Não se trata de ter um olho cego – trata-se de amar as pessoas como elas são e onde elas estão. Você vai encontrar isso em todas as igrejas e você vai encontrar isso porque isso imita o caráter e a prática do próprio Jesus".

O jornal Times informou que Welby havia enviado um e-mail a Tatchell, depois que o ativista divulgou uma carta aberta antes da entronização, questionando a rejeição de Welby ao casamento gay.

A carta dizia: "Você afirma que não é homofóbico, mas uma pessoa que se opõe à igualdade legal para as pessoas LGBT é homofóbico – da mesma forma que uma pessoa que se opõe à igualdade de direitos para os negros é racista".

Welby supostamente teria enviado um e-mail a Tatchell para lhe agradecer pela carta "muito atenciosa" e para perguntar se eles poderiam discutir a questão "sem a mediação da imprensa".

Tatchell disse ter ficado satisfeito com a resposta, dizendo que nenhum outro arcebispo anterior, "nem mesmo Rowan Williams", havia dado tais aberturas.

Welby, um ex-executivo da indústria do petróleo formado em Eton, que entrou para a Igreja como vigário em Warwickshire, foi entronizado na Catedral de Canterbury diante de 2.000 convidados, incluindo o Príncipe Charles e o primeiro-ministro David Cameron. Entre a multidão, estavam representantes de outras grandes religiões.

Ele foi levado ao trono diocesano pela Venerável Sheila Watson, o arquidiaconisa de Canterbury. Depois, ele foi conduzido pelo deão de Canterbury, o Rev. Robert Willis, para a cátedra de mármore de Santo Agostinho, marcando a sua nomeação como chefe da Igreja da Inglaterra.

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