Milhares saem às ruas de Porto Alegre contra redução de penas para golpistas

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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15 Dezembro 2025

Manifestações também ocorreram em outras dezenas de cidades brasileiras.

A informação é publicada por Sul21, 14-12-2025.

Mesmo com o forte calor, que beirava os 35°C, milhares de manifestantes saíram às ruas de Porto Alegre, na tarde deste domingo (14), contra a proposta que reduz penas para os crimes de tentativa de acabar com o Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado, batizado de “PL da Dosimetria”. A manifestação começou nos arcos do Parque da Redenção e se deslocou até a Ponte de Pedra, passando pela Cidade Baixa aos gritos de “sem anistia”.

Movimentos estudantis estiveram presentes, bem como movimentos sociais, entidades sindicais e partidos políticos. Lideranças como o presidente da Conab, Edegar Pretto (PT); os deputados federais Paulo Pimenta (PT) e Fernanda Melchionna (Psol); o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) e a ex-deputada Manuela DÁvila (PSOL) fizeram uso da palavra no carro de som.

Em Brasília, os manifestantes se reuniram em frente ao Museu da República e se dirigiram ao Congresso, onde gritaram palavras de ordem e ergueram cartazes com os dizeres “Sem anistia para golpista”. Também houve críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em São Paulo, manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, na região central da cidade. Marcaram presença representantes de centrais sindicais de trabalhadores, movimentos sociais e estudantis e de partidos políticos de oposição ao projeto de lei. Os manifestantes entoaram, em coro, diversas vezes “sem anistia” durante o protesto, além de carregarem cartazes com mensagens como “Congresso inimigo do povo”, com destaque de crítica contra o presidente da Câmara Hugo Motta. Há ainda quem se vestiu de verde e amarelo para protestar também contra a anistia dos golpistas e contra um congresso retrógrado.

No Rio de Janeiro, o ato foi marcado pela mobilização de artistas. Realizado em Copacabana, o protesto foi convocado por movimentos sociais, como a Frente Brasil Sem Medo, sindicatos, estudantes, mas contou com a participação de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Fafá de Belém, Emicida, Fernanda Abreu, Duda Beat, Baco Exu do Blues, Lenine, Tony Belotto e Xamã.

Por conta da participação deles, o ato foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”. O título faz referência à manifestação anterior, em setembro, contra a PEC da Blindagem, que acabou alterada pela Congresso Nacional, atendendo às reivindicações dos protestos, e cobrando punição aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

As artistas Camila Pitanga e Teresa Cristina estavam misturadas ao público, no chão. A atriz disse que é papel dos cidadãos brasileiros lutar pelo melhor de seu país. “A gente veio aqui depois de uma semana infernal, de desrespeito às leis, aos povos indígenas, e ao povo brasileiro com um PL da Dosimetria, que na verdade, é aceitação do golpismo. São muitas bombas”, disse.

A cantora lembrou também lembrou a quase cassação do deputado Glauber Braga (PSOL – RJ) e do impacto da divulgação de supostas reuniões entre líderes políticos para articular a aprovação do PL da Dosimetria. “Passamos uma semana muito difícil. Como que pode colocar em votação um projeto de anistia maquiada 1h da manhã? Nunca vi o Congresso Nacional reunido de madrugada, na surdina, na calada da noite, para botar algum tipo de benefício ao trabalhador”, pontuou, com indignação, sobre a votação.

Ela também citou como motivo do ato o deboche de parlamentares contra a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e Jandira Feghali. “O Brasil não é deles. Eles foram eleitos pelo povo”, frisou.

Glauber Braga esteve na manifestação e aproveitou para agradecer ao apoio popular. Ele disse que, com a suspensão de seus mandato, por seis meses, determinado pelo Congresso Nacional, “transferirá o gabinete para as ruas”, onde continua a mobilização contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix. Essa modalidade permite o repasse de recursos públicos sem explicar como será o gasto.

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