Sheinbaum afirma que é impossível fornecer a quantidade de água solicitada pelos Estados Unidos e que o governo Trump sabe disso

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10 Dezembro 2025

O presidente dos EUA ameaçou o México com uma tarifa de 5% caso o país não envie 246 milhões de metros cúbicos de água até 31 de dezembro, enquanto o presidente mexicano pede negociações devido à seca na região fronteiriça.

A reportagem é de Patrícia San Juan Flores, publicada por El País, 09-12-2025.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, respondeu na manhã de terça-feira à ameaça de novas tarifas afirmando que o déficit do México em fornecer a quantidade de água estipulada no Tratado de Águas de 1944 se deve à seca ocorrida nos últimos cinco anos. Ela acrescentou que o México já começou a enviar a quantidade necessária para cumprir o acordo com o país vizinho. Um dia antes, Donald Trump reclamou que a escassez de água estava prejudicando os agricultores americanos e exigiu que o governo mexicano resolvesse o problema, sob ameaça de impor uma tarifa de 5%.

Sheinbaum lembrou nesta terça-feira que o acordo propõe o fornecimento de uma certa quantidade de água em ciclos de cinco anos e permite flexibilidade no cumprimento em caso de seca: a quantidade restante a ser fornecida, que neste caso é de 1 bilhão de metros cúbicos de água, será enviada no próximo período de cinco anos.

Nos últimos anos, o México transferiu menos água para os Estados Unidos do que o prometido, mas em 2025 as autoridades enviaram mais do que o esperado para compensar a "dívida", que poderá ser liquidada até 2026, afirmou Roberto Velasco, subsecretário para a América do Norte.

Velasco informou que as condições das barragens que poderiam fornecer água aos Estados Unidos, como La Amistad e Falcón, estão em 9% e 4% da capacidade, respectivamente, o que compromete o abastecimento de 13 cidades.

No entanto, Sheinbaum afirmou que as negociações já estavam em andamento com o vizinho do norte do México, estipulando que o país forneceria água este mês e nos meses seguintes. Ela enfatizou que esse processo não deveria prejudicar o sustento dos pecuaristas e agricultores do norte, nem do restante da população. Ela ressaltou que a falta de cumprimento não se devia à má vontade do México, um fato do qual o país vizinho tinha conhecimento, e que, nos próximos meses, o México continuaria a fornecer água aos Estados Unidos, conforme os níveis dos rios e as chuvas permitissem. A prefeita afirmou esperar que o governo Trump não levantasse outras questões durante essas negociações. Velasco lembrou que, em abril, agosto, novembro e dezembro deste ano, foram realizadas reuniões da Comissão Internacional de Limites e Águas entre o México e os Estados Unidos para acordar medidas extraordinárias e, assim, reduzir "o potencial déficit" por parte do México.

Ainda assim, o governo americano tem pressionado o México este ano, e Trump publicou uma mensagem em sua conta no Social Truth na tarde de terça-feira com novas ameaças de tarifas sobre o assunto. O republicano exigiu que o México entregasse 246 milhões de metros cúbicos de água até 31 de dezembro e especificou que a dívida total era de 986 milhões de metros cúbicos, que o México deveria entregar ao seu vizinho em parcelas futuras "o mais rápido possível". Se o México não o fizer, ele imporá uma tarifa de 5%, embora não tenha fornecido mais detalhes.

Sheinbaum também informou nesta terça-feira que às 14h, horário do México, haverá uma reunião entre os representantes técnicos de ambos os países para dar continuidade às negociações e chegar a um acordo que leve em consideração as condições climáticas da fronteira.

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