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Nepal: por que a geração Z se amotinou. Artigo de Atul Chandra e Pramesh Pokharel

Foto: Wikimedia Commons | हिमाल सुवेदी

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11 Setembro 2025

Governo de esquerda comete erro grosseiro e bloqueia 26 redes sociais de uma vez. Repressão brutal aos protestos mata 22. Por trás do desastre, a ausência de reformas estruturais, um acordo com o FMI e um cenário desalentador, que leva a juventude a deixar em massa o país.

O artigo é de Atul Chandra e Pramesh Pokharel, publicado por Counterpunch e reproduzido por Outras Palavras, 10-09-2025. A tradução é de Antonio Martins.

Atul Chandra é pesquisador no Instituto Tricontinental para Pesquisa Social. Suas áreas de interesse incluem a Geopolítica da Ásia, a esquerda e os movimentos progressistas na regão, além das lutas sociais no Sul Global.

Pramesh Pokharel é analista político e conferencista de Antropologia na Universidade Tribhuvan. É membro do Partido Comunista do Nepal (Socialista Unificado) e secretário-geral da Federação de Camponeses de Todo o Nepal.

Eis o artigo.

A centelha foi a proibição das redes. O combustível é a economia

É tentador — especialmente de longe —narrar os fatos desta semana no Nepal como um conflito acerca de liberdades digitais. Mas seria analiticamente raso. Para os nepaleses da Geração Z, as plataformas não são apenas entretenimento; são plataformas de emprego, agências de notícias, ferramentas de organização e redes de apoio social. Desligá-las — após anos de deriva econômica— pareceu uma punição coletiva. Mas a história mais profunda é estrutural. A economia do país foi estabilizada por remessas de dinheiro do exterior, e não transformada por investimento doméstico capaz de produzir trabalho digno.

No ano fiscal de 2024-2025, o Departamento de Emprego no Exterior emitiu 839.266 autorizações de trabalho — uma emigração impressionante, para um país de cerca de 30 milhões de habitantes. As remessas dos que trabalham no exterior giraram em torno de 33% do PIB em 2024, uma das maiores proporções do mundo. Esses números sugerem luta pela sobrevivência, não progresso social. São um referendo sobre um modelo que exporta sua juventude para contratos de baixa remuneração enquanto importa produtos básicos, e que depende de clientelismo em vez de produtividade.

É por isso que a proibição detonou o país tão rapidamente. Com a subocupação e o desemprego juvenil já acima dos 21%, a rotatividade ministerial como norma e escândalos de corrupção onipresentes, as tentativas de policiar os espaços digitais pareceram menos com “ordem” e mais com humilhação. A forma do movimento — rápida, horizontal, interclasses — ecoa as mobilizações lideradas por estudantes em Bangladesh e a Aragalaya, do Sri Lanka. Participam estudantes do ensino médio e universitários de uniforme, graduados desempregados, trabalhadores em bicos e informais, e um público mais amplo e desiludido. Convergem em torno de um veredito compartilhado sobre o mau governo.

Da proibição das redes aos protestos, mortes e recuo do governo

A sequência dos eventos é inequívoca. O governo ordenou que as plataformas com sede no exterior se registrassem no país, segundo suas leis. Diante da demora, 26 redes sociais foram bloqueadas na segunda-feira. A decisão deflagrou protestos generalizados. As forças de segurança responderam com força crescente; até segunda-feira à noite, 22 pessoas haviam sido mortas e havia centenas feridos. Os toques de recolher e proibições de reunião se espalharam. O ministro do Interior renunciou; uma reunião de emergência do gabinete revogou a proibição, ainda na segunda-feira; na terça-feira, o primeiro ministro, Khadga Prasad Oli, renunciou.

É importante frisar que a queixa nunca foi limitou-se ao digital. Cartazes de protesto e palavras de ordem focaram na corrupção, na impunidade das elites e na ausência de um horizonte de desenvolvimento credível. A Anistia Internacional exigiu uma investigação independente sobre o possível uso ilegal da força letal — outra razão pela qual a revolta se aprofundou, passando de uma briga por plataformas para uma crise de legitimidade do governo.

A emigração como um plebiscito silencioso

Se uma métrica explica o desencanto geracional, são as emigrações. As 839.266 autorizações de trabalho no exterior, emitidas no ano fiscal de 2024-2025 (um aumento acentuado em relação ao ano anterior), traduzem-se em milhares de pessoas deixando o país todos os dias. Não são turistas; mas o próprio povo que agora está nas ruas. As remessas dos que estão no exterior — aproximadamente 33% do PIB — mantêm as famílias à tona e paga a conta das importações paga, mas também mascara a ausência de transformação estrutural na economia doméstica. Em um sistema que não consegue absorver sua juventude educada em trabalhos estáveis e que agregam valor, a praça pública — as ruas e as redes — torna-se o único lugar onde a dignidade pode ser reivindicada. Tentar fechar essa praça em meio à escassez era receita certa para provocar uma explosão.

O tiro no pé da esquerda nepalesa

Como parte de um programa de quatro anos do FMI, que ofereceu ao país com uma Facilidade de Crédito Estendido (ECF, na sigla em inglês), o governo foi pressionado a aumentar a receita fiscal. Isso levou a um novo Imposto sobre Serviços Digitais e a regras mais rígidas de IVA para provedores estrangeiros de serviços eletrônicos. M quando as principais plataformas se recusaram a se registrar, o Estado radicalizou, bloqueando-as.

A medida, que começou como um esforço de fiscalização tributária, rapidamente tornou-se uma ferramenta de controle digital. Isso se deu quando o público já lidava com o aumento dos custos dos combustíveis e dificuldades econômicas impulsionadas pelo impulso do programa em favor do “ajuste fiscal”.

A proibição das plataformas pelo governo tornou-se o gatilho final para protestos generalizados contra corrupção, desemprego e falta de oportunidades. A agitação era menos uma “revolução colorida” e mais a expressão de queixas materiais alimentadas por medidas de “austeridade”.

O fato de a repressão e seu desfecho político terem se desenrolado sob um primeiro-ministro de um dos partidos comunistas do Nepal torna tudo uma calamidade estratégica para a esquerda. Anos de divisões faccionais, coalizões oportunistas e deriva política já haviam erodido a credibilidade governamental entre os jovens. Quando a esquerda estreita o espaço cívico em vez de ampliar a oportunidade material, ele cede o terreno moral para atores que prosperam com o cinismo antipartidário — a política de culto à personalidade e uma direita monarquista ressurgente. Esta última mobilizou-se visivelmente este ano. Com a renúncia de Oli, ela buscará aparecer como a garantia de “ordem”, mesmo que sua visão econômica continue regressiva. Este é o perigo: as forças mais hostis à transformação igualitária podem capitalizar o mau governo da esquerda para expandir sua influência.

De um ponto de vista anti-imperialista — que se opõe ao privilégio do Norte, mas insiste em uma análise não sentimental —, a crise é um exemplo clássico de dependência sem desenvolvimento. As remessas externas suavizam a pobreza, mas consolidam a dependência externa; ajustes orientados por doações raramente tornam-se uma política industrial com geração de ocupações; e os gastos públicos pesados em compras alimentam mais circuitos de renda do que capacidade produtiva. Em tal ordem, o Estado é tentado a policiar as comunicações, em vez de transformar as condições de vida. É por isso que uma tentativa de “regular” as plataformas desligando-as — em vez de assegurar o devido processo legal e medidas específicas — foi interpretada como um esforço para reprimir a dissidência e não para resolver problemas.

O que dizem (e o que calam) os sinais da oposição

As declarações da oposição deram-se conta do cenário mais rapidamente do que o governo. O ex-primeiro ministro Pushpa Kamal Dahal (conhecido como “Prachanda”), do partido maoísta, expressou condolências, pediu ação sobre as demandas anticorrupção e defendeu a remoção das “sanções às redes sociais”. Dois outros partidos de esquerda – o PCN (Socialista Unificado) e o PCN (Centro Maoista) — condenaram a repressão, exigiram uma investigação imparcial e vincularam as restrições digitais à ausência de emprego e erros do governo. Essas reações importam analiticamente porque mostram o reconhecimento de que a crise é sobre meios de subsistência e legitimidade, e não meramente sobre lei e ordem.

Mas esses sinais também revelam o dilema da esquerda: se seus líderes só conseguem reagir a uma revolta juvenil, em vez de dar respostas concretas às demandas da sociedade, então a arena será dominada por correntes reacionárias e monarquistas, que alegam garantir a ordem mais rapidamente — mesmo ao custo do espaço democrático.

Os protestos no Nepal começaram porque um governo tentou desativar a praça pública digital, a pretexto de regulá-la. Eles explodiram porque essa praça é onde uma geração precária busca trabalho, comunidade e voz na ausência de oportunidades em seu próprio país. Um balanço completo deve, portanto, registrar tanto o custo humano — 22 mortos e centenas de feridos — quanto o custo estrutural: centenas de milhares compelidos a emigrara a cada ano e remessas que sustentam o consumo mas adiam a transformação. Com a renúncia de Oli e a revogação da proibição, o confronto imediato pode diminuir, mas o veredito entregue pela Geração Z não será esquecido. Até que o Nepal substitua o conforto das remessas e a aritmética de coalizões por um modelo de desenvolvimento com prioridade no emprego, as ruas permanecerão a arena de prestação de contas mais crível.

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