05 Setembro 2025
O presidente russo insiste que pode se encontrar com Zelensky em Moscou, apesar da recusa deste.
A reportagem é de EFE, publicada por El Diario, 05-09-2025.
O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou mais uma vez a presença de tropas estrangeiras na Ucrânia nesta sexta-feira, antes e depois da assinatura de um acordo de paz para encerrar o conflito atual. Ele também convidou novamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para visitar Moscou, apesar da recusa deste.
Putin alertou, durante um discurso no Fórum Econômico Oriental, realizado na cidade portuária de Vladivostok, que se tropas da OTAN forem mobilizadas agora, durante a guerra, Moscou as considerará "um alvo legítimo".
A chamada "coalizão dos dispostos", os países europeus — liderados pela França, Reino Unido e Alemanha — que expressaram apoio ao envio de tropas à Ucrânia para fornecer garantias de segurança ao país, insistiram que não enviariam tropas para áreas próximas às linhas de frente para evitar confrontos com a Rússia, e que qualquer mobilização desse tipo só ocorreria no contexto de um acordo de paz.
Analistas ocidentais acreditam que as repetidas rejeições do Kremlin às garantias de segurança ocidentais são parte das exigências da Rússia por poder de veto sobre tais garantias para a Ucrânia.
Encontro em Moscou com Zelensky
Putin também insistiu que está disposto a se encontrar com Volodymyr Zelensky em Moscou, uma sugestão que o líder russo já havia levantado durante uma aparição no Kremlin na quarta-feira, e que a Ucrânia rejeitou categoricamente.
“Pelo menos sete países estão prontos para organizar uma reunião entre os líderes da Ucrânia e da Rússia para pôr fim à guerra: Áustria, Santa Sé, Suíça, Turquia e três países do Golfo. Essas são propostas sérias, e o presidente Zelensky está pronto para realizar tal reunião a qualquer momento. No entanto, Putin continua a jogar com todos, fazendo propostas deliberadamente inaceitáveis. Somente o aumento da pressão pode forçar a Rússia a finalmente levar o processo de paz a sério”, comentou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, na época, na rede X.
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