18 Agosto 2025
Os milhares de apoiadores do fim imediato da guerra em Gaza já sabem que uma greve nacional de centenas de autoridades locais, universidades, empresas de tecnologia e variadas organizações — convocada para hoje, domingo, 17 de agosto — não será suficiente para deter o avanço do exército israelense, lançado pelo governo para sua próxima ofensiva na Cidade de Gaza. Pelo contrário, Israel anunciou que, a partir de hoje, renovará o fornecimento de tendas e abrigos para evacuar a população civil palestina da Cidade, que em breve se tornará uma zona de combate, mais ao sul na Faixa, "para sua proteção". Trata-se de um milhão de civis, muitos já deslocados várias vezes, em um enclave onde a situação humanitária está em colapso e o número de mortos, declarado pelo Hamas, ultrapassa 60.000.
A reportagem é de Fabiana Magrì, publicada por La Stampa, 17-08-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Vamos parar o país. E será apenas o começo. Cansamos de esperar que Netanyahu encerre a guerra quando lhe for mais conveniente politicamente", promete Einav Zangauker, que — por desespero e mesmo se querer — tenta ser a pedra no sapato mais incômoda do primeiro-ministro israelense. Seu filho Matan está entre os últimos vinte sequestrados pelo Hamas, mantidos prisioneiros nos túneis de Gaza, que a inteligência militar israelense acredita ainda estarem vivos. Em 22 meses de luta sem trégua, a mulher de olhar baço — assim como todo o seu rosto moreno e os cabelos pretos que o emolduram — não poupou Netanyahu das críticas mais duras.
Após o último fracasso das negociações, as posições do Hamas e de Israel se inverteram. Negociadores da facção palestina em Gaza teriam expressado sua disposição de recuar nas exigências feitas no mês passado, segundo duas fontes do Times of Israel. Mas Jerusalém respondeu que não está mais interessada em outro cessar-fogo parcial: "Aceitaremos um acordo somente se todos os reféns forem libertados em uma única fase", declarou ontem o Gabinete do Primeiro-Ministro israelense.
Ao contrário da sociedade civil israelense e da comunidade internacional — que clamam por um acordo imediato a qualquer custo (para Israel) — o governo insiste nas condições: "o desmantelamento do Hamas, a desmilitarização de Gaza, a manutenção do controle de segurança israelense sobre a Faixa de Gaza e a criação de um órgão governamental que não seja nem o Hamas nem a Autoridade Nacional Palestina, e que viverá em paz" com o Estado judeu.
A indignação geral por um vídeo em que aparece, após mais de uma década, emaciado e envelhecido o líder palestino Marwan Barghouti, preso há 23 anos, foi replicada pelo outro protagonista do vídeo, o ministro extremista Itamar Ben Gvir, com igual indignação dirigida à esquerda israelense, que expressou temores de retaliação do Hamas contra os reféns israelenses. "No Oriente Médio, os resultados só são alcançados por meio da dissuasão", comenta Ben Gvir no X, repostando as imagens que ele mesmo tinha compartilhado em 15 de agosto, nas quais criticava Barghouti: "Vocês não vencerão. Qualquer um que se meter em confusão com a nação de Israel, qualquer um que matar nossas crianças e nossas mulheres, nós o eliminaremos."
Barghouti, de 66 anos, está preso desde 2002, condenado a cinco penas de prisão perpétua por planejar os ataques que mataram cinco civis israelenses durante a Segunda Intifada.