13 Agosto 2025
"A OpenAI destacou as novas capacidades do GPT-5, como criar sites e resolver problemas complexos, mas os pesquisadores que estudam o consumo de energia e os recursos oferecidos pelos modelos de IA alertam: essas melhorias têm custo", escreve Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
Em meados de 2023, quando pedíamos uma receita ao ChatGPT, consumíamos aproximadamente 2 watt-hora – o equivalente ao gasto de uma lâmpada incandescente ligada por dois minutos.
Com o recente lançamento (sem muito sucesso) do novo modelo que alimenta o popular chatbot – o GPT-5, estima-se que a geração da mesma receita possa demandar várias vezes mais energia, chegando a até 20 vezes o consumo anterior, como informou o jornal britânico The Guardian.
A OpenAI destacou as novas capacidades do GPT-5, como criar sites e resolver problemas complexos, mas os pesquisadores que estudam o consumo de energia e os recursos oferecidos pelos modelos de IA alertam: essas melhorias têm custo.
A empresa não divulga dados oficiais sobre uso de energia desde o GPT-3, de 2020, a respeito do qual o CEO da OpenAI, Sam Altman, tornou públicos números gerais – 0,34 watt-hora e 0,000085 galões de água por consulta, sem descer a detalhes.
Segundo afirma Rakesh Kumar, professor da Universidade de Illinois, “um modelo mais complexo como o GPT-5 consome mais energia tanto no treinamento quanto na execução… Posso dizer com segurança que gasta bem mais que o GPT-4”.
A estimativa sobre o consumo de energia foi feita por pesquisadores do laboratório de IA da Universidade de Rhode Island – gerar a receita faz com que o GPT-5 gaste cerca de 40 watt-hora. Considerando estimativas recentes de que o ChatGPT atende 2,5 bilhões de pedidos por dia, o gasto total de energia do GPT-5 poderia suprir a demanda diária de eletricidade de 1,5 milhão de residências nos EUA.
Dados esses números, a conclusão é clara: é urgente que as empresas de IA revelem com transparência o custo ambiental de seus sistemas, de forma a que a sociedade possa, de alguma forma, tomar decisões acerca do assunto.