31 Julho 2025
A formação relativa aos direitos humanos deveria moldar o percurso formativo dos futuros padres. Esta é a forte conclusão de um seminário que durante uma semana reuniu estudantes de teologia de cinco seminários angolanos e outros participantes oriundos de toda a África.
A reportagem é publicada por 7Margens, 29-07-2025.
Numa iniciativa organizada pelo Mosaiko – Instituto para a Cidadania, instituição de direitos humanos criada pelos frades dominicanos em Angola em 1997, a formação foi dinamizada pela religiosa peruana Cecilia Prudencio, das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, segundo relata a ACI Africa.
Em declarações ao jornalista angolano João Vissesse, aquela religiosa explica os motivos que a levam a considerar que os direitos humanos devem ser colocados “no coração da formação” presbiteral. Tal orientação “é vital para a preparação de pastores sensíveis, socialmente conscientes e comprometidos com a dignidade humana”, considera ela.
“Pensar em Deus e pensar sobre o ser humano não podem ser tarefas separadas, uma vez que a dignidade humana é central para a fé cristã”, disse Cecilia Prudêncio, concretizando assim a sua perspectiva: “A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento chave em que a dignidade de todo ser humano é reconhecida, independentemente do género, religião, cor ou qualquer outra condição. E isso deve ser incorporado na formação dos nossos seminaristas desde o início”. Exige-o uma liderança pastoral “sensível, consciente e verdadeiramente comprometida com a dignidade da pessoa humana”, acrescentou.
O seminário, que seguiu de perto o documento final do Sínodo de 2024, reuniu mais de uma centena de seminaristas do último ano dos cinco principais seminários maiores de Angola: Luanda, Huambo, Benguela, Lubango e Kwanza-Sul.
Juntaram-se ainda vozes destacadas de toda a África, entre as quais Sheila Leocádia Pires, diretora de comunicações da Conferência dos Bispos Católicos da África Austral (SACBC) e secretária da Comissão de Informação do Sínodo.