'Médicos que chegam de Gaza contam que nunca viram algo tão cruel’, diz diretora do MSF

Foto: Abdalhkem Abu Riash/Anadolu Ajansi

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17 Julho 2025

Renata Reis denuncia uso da fome como arma de guerra e relata rotina de bombardeios que não é diária, mas 'horária'.

A reportagem é publicada por Brasil de Fato, 16-07-2025.

A situação em Gaza não tem precedentes, mesmo para uma organização humanitária com mais de 50 anos de atuação em zonas de conflito extremo. Ao BdF Entrevista, da Rádio Brasil de Fato, a diretora-executiva da Médicos Sem Fronteiras (MSF), Renata Reis, revela que os profissionais que atuam na região relatam “nunca ter visto algo tão cruel como o que hoje acontece em Gaza”.

Segundo ela, a população palestina vive sob bombardeios incessantes, “nem são diários, como os nossos colegas hoje dizem, [são] horários”, enquanto tenta sobreviver em meio à escassez total de alimentos e medicamentos. Reis indica que 1.9 milhão de pessoas foram forçadas a se deslocar das suas casas, e estão “vivendo em tendas, em situações subumanas”.

A Médicos Sem Fronteiras está presente na Faixa de Gaza desde os anos 1980 e hoje mantém mais de mil profissionais atuando na região. Ainda assim, segundo a diretora, o trabalho das equipes é limitado pela destruição da infraestrutura e pela impossibilidade de entrada de ajuda humanitária. “É absolutamente inaceitável que no momento de distribuição de comida as pessoas sejam alvejadas, e é essa a realidade que a gente tem em Gaza hoje”, denuncia.

A fome, acrescenta Reis, se tornou uma arma de guerra. “O último colega que nós perdemos estava na fila para buscar um saco de farinha para sua família”, relata. Abdullah Hammad foi o 12º funcionário da organização morto na região. A diretora menciona que o preço de um quilo de farinha chega a R$ 150 na região. “Os mantimentos que entram são uma gota no oceano diante das necessidades”, lamenta.

Para a dirigente do MSF, o cenário é de “tragédia humanitária completa, de limpeza étnica”, e exige uma resposta internacional urgente.

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