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A enormidade de Carajás. Artigo de Lúcio Flávio Pinto

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02 Julho 2025

"Impossível não deixar de reconhecer e admirar a capacidade empreendedora e o tirocínio de dezenas de pessoas que dirigiram – e dirigem ainda – a companhia, numa sucessão aberta pelo engenheiro Eliezer Baptista".

O artigo é de Lúcio Flávio Pinto, publicado por Amazônia Real, 30-06-2025.

Lúcio Flávio Pinto é jornalista desde 1966. Sociólogo formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973. 

Eis o artigo.

A Companhia Vale do Rio Doce comemorou, em outubro de 2007, uma façanha: a produção de um bilhão de toneladas de minério de ferro na mina de Carajás, no Pará. A marca foi alcançada com menos de 23 anos de operação, graças a uma extração média de 45 milhões de toneladas por ano. Se a mina tivesse funcionado durante esse período (1985/2007) com a capacidade máxima de projeto, de 25 milhões de toneladas, o primeiro bilhão só seria alcançado em 40 anos, ou 2025.

Houve, portanto, motivo para comemoração. Haveria ainda mais razões quando o segundo bilhão foi atingido. Como a escala de produção, em vigor a partir desse ano, passou de 85 milhões para 100 milhões de toneladas, Carajás chegou a 2 bilhões em 10 anos – em menos da metade do tempo do 1º bilhão.

A partir de 2016 a mina foi a 130 milhões de toneladas, respondendo por metade de toda produção de minério de ferro da Vale, a maior vendedora desse produto no mundo. Na semana passada, o presidente da empresa, Gustavo Pimenta, anunciou que a produção de minério de ferro alcançará 360 milhões de toneladas, incluindo Carajás e o sistema Sul, em Minas Gerais. Admitindo-se que 200 milhões de toneladas sejam a parte do Pará, o bilhão de toneladas será obtido a cada cinco anos.

São números espantosos. As jazidas de Carajás, com 18 bilhões de toneladas, podiam durar 800 anos se o máximo de produção que era previsto inicialmente se mantivesse. Na média do primeiro bilhão, o tempo de vida útil cairia à metade, em valores redondos. No ritmo que a mina terá a partir de 2010, esse prazo baixará para 180 anos. Ou seja, mais 130 anos a partir do momento em que começasse a produzir 130 milhões de toneladas por ano. Aquele fantástico pacote de hematita compacta, a 600 metros de altitude, espalhando-se por mais de 400 mil hectares de área, inteiramente lavrável a céu aberto (sem precisar, portanto, de dispendiosa mina subterrânea), que parecia infinito, inesgotável, não será mais do que história para os nossos bisnetos.

Restarão então algumas perguntas ansiosas pelas respostas: fizemos por merecer o melhor minério de ferro que já existiu na crosta terrestre? Tiramos dele os benefícios que ele nos podia proporcionar? Fomos inteligentes no seu aproveitamento? Pensamos a longo prazo, já que minério não tem segunda safra, ou agimos apenas considerando o imediato?

À euforia da CVRD, com tantas marcas históricas alcançadas e recordes quebrados ao longo de 10 anos como empresa privada, a indicar o acerto da administração Fernando Henrique Cardoso em privatizá-la, corresponde a inquietação dos que imaginam se têm motivos de fato para se incorporar a esta festa. A cada vez em que faz o balanço do exercício findo e apresenta seus planos para o ano em curso, a direção da Vale esgrime números grandiosos.

São sempre bilhões e bilhões de reais ou dólares, centenas e centenas de empregos, rendas e salários, trens e vagões, usinas e estradas. Agora seu valor de mercado chegou a 100 bilhões de dólares, tornando-a a segunda maior mineradora do mundo. À sua frente está apenas a anglo-australiana BHP-Billiton [o ranking se mantém].

Encerrado o foguetório verbal, porém, fica a sensação de que a participação do distinto público restringe-se à festa de aniversário, ao vernissage, à avant-prémière, à admissão com data certa e duração curta. Na hora de distribuir os dividendos, a reunião é em circuito fechado.

É impossível não deixar de reconhecer e admirar a capacidade empreendedora e o tirocínio de dezenas de pessoas que dirigiram – e dirigem ainda – a companhia, numa sucessão aberta pelo engenheiro Eliezer Baptista.

Foi ele que definiu um rumo, o do Oriente, para viabilizar Carajás depois que os americanos da United States Steel se retiraram da associação com a CVRD, iniciada em 1969, dois anos depois daquele 31 de julho de 1967, que marca a descoberta da jazida, em outra data honorável, cujos 40 anos serão devidamente comemorados.

A USS, então a maior siderúrgica do mundo, achou que podia se manter na sua mina da Venezuela, aonde se estabelecera em 1954, e esperar por um novo chamado dos ex-parceiros compulsórios (por exigência do governo militar, incomodado com o fato de uma multinacional ser dona exclusiva de tamanha riqueza estratégica). Afinal, a engenharia econômica de Carajás lhe conferia vantagem competitiva exatamente pela abertura que propiciaria ao Brasil do mercado consumidor dos Estados Unidos, vedado até então.

Mas a equação de Eliezer Baptista já estava armada em torno do Japão, que se tornaria o principal cliente de Carajás (e da fábrica de alumínio da Albrás). Para fechar as contas, a Vale precisava deslocar o concorrente australiano, que estava muito mais perto, porém dispunha de um minério bem mais pobre.

Só pureza não bastava: a Vale azeitou a logística e criou um eixo de exportação invejável, através de ferrovia, até o porto da Ponta da Madeira, em águas profundas, no litoral do Maranhão.

O minério de Carajás chegou barato ao Japão, garantindo 15% da demanda dos altos-fornos da sua siderurgia. Quando o gigante chinês despertou, provocando o maior impacto mundial da era moderna (a China produz um terço do aço do mundo), a CVRD já dispunha de um esquema afinado para se habilitar a fornecer volumes crescentes, numa escala que já chega a 40 milhões de toneladas, superando o Japão.
A triplicação e quadruplicação do preço do minério, que por largo tempo estagnou em torno de 20 dólares, é função do enorme e insuspeitado incremento da demanda chinesa.

Por causa dessa fome ainda insaciável (e pendente de controle e redução) de minério para atender à desenfreada expansão da produção de aço, em 2003 a Vale deu um golpe antes impensável: reajustou sua principal mercadoria em 71,5%. E todos tiveram que pagar. Os aumentos seguintes não foram tão notáveis assim, para não dar um nó no mercado, mas continuaram a ser impressionantes.

O resultado: exercício após exercício, a Vale fechava seu balanço quebrando recordes de produção, faturamento, lucro líquido e distribuição de dividendos. Em 2005 foi a empresa que mais dividendos distribuiu no mundo inteiro.

Quem aplicou em papéis da Vale ganhou quase 10 vezes mais do que quem investiu em caderneta de poupança nos últimos 10 anos. A compra do controle acionário custou, em 1997, 3,3 bilhões de reais. Só o lucro líquido de 2005 foi quatro vezes e meia maior.

Como seus acionistas já tiveram de volta o dinheiro aplicado várias vezes (a uma taxa média de 40% desde a privatização), a empresa incrementou no ano passado seu porte: incorporou a segunda maior produtora e dona da maior jazida de níquel do mundo, ao custo de 19 bilhões de dólares, em dinheiro vivo, para liquidar os demais pretendentes ao negócio. Foi o maior que uma empresa baseada na América do Sul já realizou em todos os tempos.

Nota

Este meu texto, de 2007, foi parcialmente atualizado em 2025.

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