'Do ut des'. Artigo de Adrien Candiard

Foto: Unsplash

Mais Lidos

  • "Teologia de ganso": a arte de formar presbíteros impermeáveis à realidade. Artigo de Eliseu Wisniewski

    LER MAIS
  • A herança escravocrata dos setores poderosos da sociedade brasileira agrava a desigualdade e mantém o privilégio dos ricos

    O assalto do Banco Master foi contratado pelas elites financeira e política. Entrevista especial com André Campedelli

    LER MAIS
  • Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

13 Março 2025

O artigo é de Adrien Candiard, frade dominicano, membro do Instituto Dominicano de Estudos Orientais e autor de vários ensaios, publicado por Avvenire, 11-03-2025. A tradução é de Luisa Rabolini

Eis o artigo.

Pelo menos, com Deus as coisas são claras: se buscarmos sua benevolência e perdão, devemos primeiro dar provas disso, e seremos tratados como tratamos os outros.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque deles será a misericórdia” (Mt 5,7), diz Jesus: um do ut des, e essa é a justiça. No entanto, não é tão tranquilizador: se Deus não perdoa melhor do que eu, se ele me julga pelo critério de minhas próprias e estreitas medidas, talvez eu tenha motivos de preocupação. Mas a lógica de Jesus não é me convidar a fazer o cálculo de quantas vezes devo perdoar para garantir meu lugar no paraíso. Enquanto nos questionarmos sobre pontos ganhos por essa ou aquela ação, isso significa que não teremos entendido nada sobre o Reino de Deus.

O que Jesus nos fala aqui é precisamente de misericórdia: a lógica do Reino não é a da justiça, em que tudo é merecido, mas a da graça, em que tudo é doado. Jesus não transforma o perdão e a ausência de juízo em condições para entrar nele, mas em sinais: enquanto vivermos no rancor e no cálculo, ainda não estamos lá, ainda não começamos a armar nossa tenda. Para entrarmos no Reino, é Deus quem toma a iniciativa: sem que tenhamos merecido nada, ele nos amou primeiro. Aceitar esse amor gratuito já significa entrar no caminho da misericórdia.

Leia mais