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A nossa “obra” é a nossa existência. Artigo de Vito Mancuso

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04 Mai 2024

"Como tudo no mundo é desde sempre constitutivamente em trabalho, o Primeiro de Maio assume uma dimensão cósmica, não mais apenas social, como aquela justamente assumida a partir de 1890, quando foi instituído neste dia o Dia do Trabalhado e dos Trabalhadores para lutar contra as injustiças sociais", escreve Vito Mancuso, ex-professor da Universidade San Raffaele, de Milão, e da Universidade de Pádua, em artigo publicado por La Stampa, 31-03-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

"Que trabalho você é?" Eis a pergunta que neste 1º de maio de 2024 deveríamos nos fazer em vez daquela habitual “que trabalho você faz?” O trabalho, de fato, antes mesmo de ser uma tarefa externa que se desempenha, é a essência interior de todo fenômeno natural. Na medida em que algo é, trabalha; se não trabalhasse, não seria. Trabalho e existência, ontologicamente, coincidem.

Apoio essa minha tese à luz do conceito de energia, cuja definição científica é “capacidade de realizar um trabalho”. Mas antes mesmo da ciência, é a filologia que ensina que o termo energia, do grego enérgheia, é formado pela preposição en, que significa “em”, e pelo substantivo ergon, que significa “obra, trabalho”, de forma que energia significa literalmente "em obra", "em trabalho".

Ora, sendo a matéria e todas as entidades que dela provêm ontologicamente redutíveis à energia, pode-se dizer que tudo é energia, que tudo é capacidade de realizar trabalho, que tudo é trabalho.

O ar que respiramos é trabalho: é aquele trabalho contínuo que permite a agregação das moléculas de nitrogênio, de oxigênio e de argônio que o constituem. A água que bebemos é trabalho: é aquele contínuo trabalho que permite a agregação das moléculas de hidrogênio e de oxigênio. Da mesma forma o mar, as nuvens, as montanhas, as plantas, os animais e as estrelas de onde todo o processo cósmico teve origem, são trabalho. Tudo é energia, tudo está em trabalho, inclusive nós: nós também somos definíveis como capacidade de realizar um trabalho, independentemente de sermos agora jovens do ensino médio, aposentados que acabaram de ir à fábrica ou ao escritório, ou senhores abastados que nunca foram a uma fábrica ou a um escritório.

Nessa perspectiva mais ampla que capta no trabalho a expressão da energia e, portanto, de tudo o ser conhecido, o Dia do Trabalho assume um significado que não é mais apenas social, mas também e acima de tudo natural, por estar ligado à natureza mais profunda do ser. Como tudo no mundo é desde sempre constitutivamente em trabalho, o Primeiro de Maio assume uma dimensão cósmica, não mais apenas social, como aquela justamente assumida a partir de 1890, quando foi instituído neste dia o Dia do Trabalhado e dos Trabalhadores para lutar contra as injustiças sociais.

Obviamente não se trata de distanciar-se ou muito menos separar-se dessa dimensão econômica e social tradicional do Primeiro de Maio, mas sim inseri-la no contexto mais amplo e fundamental natural e existencial em relação ao qual ninguém pode se declarar indiferente.

Nessa perspectiva se entende que cada um de nós começou a trabalhar não no primeiro dia de seu emprego, mas no primeiro momento da sua existência, e terminará de trabalhar não quando for se aposentar, mas quando a sua existência terminar. Ou talvez não, nem mesmo então, porque não é dito que o último dia da nossa existência terrena coincida com o fim da nossa vida, porque talvez tenhamos uma vida sucessiva em que continuaremos o nosso trabalho operoso dentro do mistério do cosmos, assim como não é dito que o primeiro dia dessa nossa existência terrena tenha coincidido com o primeiro dia da nossa vida, porque talvez venhamos de vidas anteriores. Mas independentemente dessas divagações metafísicas, o que é certo é que a realidade física de cada um dos nós comporta trabalho; aliás, é trabalho.

Quando se pensa no trabalho no sentido comum do termo, se pensa, por um lado, nos empresários que dão trabalho e, por outro, nos sindicatos que protegem os trabalhadores. Agora nessa nova perspectiva natural e existencial é preciso pensar que o empresário que dá trabalho a todos nós se chama natureza, e que o sindicato que nos protege como trabalhadores se chama cultura. Nós, seres humanos, estamos expostos à natureza que exige que trabalhemos, é uma necessidade que deriva da nossa condição de seres vivos, de acordo com aquela lógica inflexível que os antigos gregos chamavam de "ananke" para indicar um poder esmagador do qual ninguém pode escapar: e de fato nenhum de nós pode escapar da necessidade de trabalhar, talvez não para ganhar para o sustento porque já está garantido, mas sempre e em qualquer caso, para existir como ser humano. Ao mesmo tempo, porém, nós, como trabalhadores, precisamos ser protegidos na nossa dignidade como seres humanos, e essa proteção, que no mundo do trabalho é representada pelos sindicatos, nessa perspectiva mais ampla é representada pela cultura. Arte, literatura, poesia, música, espiritualidade, filosofia, ou seja, tudo o que com um uma palavra se chama cultura, é o sindicato que protege os nossos direitos em relação ao empregador que é a natureza.

Alimentar-se de cultura significa realizar um trabalho fundamental, o mais precioso de um ser humano: o trabalho interior. Protege a nossa humanidade, impedindo que seja explorada e esmagada a ponto de nos reduzir a existir como “homem unidimensional”, para retomar a denúncia de Herbert Marcuse em seu famoso ensaio de vários anos atrás. Sem a proteção da própria multidimensionalidade garantida pelo trabalho interior, o ser humano é achatado, reduzido a uma só dimensão. E não há dúvida de que hoje, mais do que nunca, são poderosíssimas as forças que têm todos os interesses (interesses multibilionários) em reduzir os seres humanos a uma única dimensão, aquela que na Roma antiga foi definida por Juvenal como "panem et circenses". Se, em vez disso, desempenharmos com responsabilidade o nosso trabalho interior, todas as nossas múltiplas dimensões como seres humanos são harmoniosamente desenvolvidas e a nossa existência resulta protegida de ser reduzida a mera engrenagem de uma enorme máquina para a exploração de muitos e o lucro de poucos, que agora está se tornando a nossa sociedade.

O trabalho interior ou sindicato da humanidade consiste, como disse, na cultura, e a mais bela definição de cultura que conheço é esta de Antonio Gramsci, que remonta a um século atrás, mas é mais atual do que nunca: “A cultura é organização, disciplina do próprio eu interior, é tomada de posse da própria personalidade, é conquista de consciência superior pela qual se consegue compreender o próprio valor histórico, a própria função na vida, os próprios direitos e os próprios deveres" (artigo intitulado Socialismo e cultura publicado pelo jornal "Il grito del popolo" em 29 de janeiro de 1916). Penso que cada um deveria se confrontar com essas magníficas palavras de Gramsci e perguntar-se qual é a sua relação com a cultura, que tipo de trabalho interior está realizando, se se preocupa com a disciplina do seu eu interior, se trabalha para tomar posse da sua personalidade, se determina a sua função na vida compreendendo e honrando não só os seus direitos, mas também os seus deveres. No final retorna a pergunta que deu início a este artigo: “Que trabalho você é?”. É uma pergunta que pode ser respondida não com as palavras, mas com a vida. Responder da maneira certa significa fundar o próprio negócio, o único que realmente importa: o negócio de existir como um ser humano livre e pensante.

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