02 Junho 2022
O comitê do Zimbábue do Instituto de Mídia da África Meridional (Misa, a sigla em inglês) introduziu um “botão do pânico” para socorrer jornalistas quando em situações de emergência ou ameaçados, para garantir a sua segurança física. O lançamento foi motivado pelo aumento no número de ataques contra profissionais da imprensa no país.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Segundo o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Zimbábue caiu sete posições em 2021 no quesito analisado, comparado a 2020 , ficando em 137º lugar entre os países pesquisados. Atos de intimidação, ataques verbais e ameaças contra profissionais de mídia são práticas comuns no país, informa o relatório.
Com as eleições gerais de 2023 se aproximando, avaliou o repórter freelancer Derick Matsengarwodzi, o Misa pede que a segurança dos jornalistas zimbabuenses seja uma prioridade.
O aplicativo para Android do “botão do pânico” envia mensagem para contatos pré-configurados, avisando-os da emergência e localização do/da jornalista, mesmo para pessoas que não tenham o aplicativo instalado em seus celulares.
O professor do Departamento de Comunicação e Mídia da Universidade de Joanesburgo, Admire Mare, elogiou a iniciativa. “O Misa precisa ser aplaudido por fazer algo pela segurança dos jornalistas, mas é preciso que mais seja feito por órgãos legais, o Judiciário, ativistas políticos e veículos de imprensa para garantir a segurança dos profissionais de mídia. Precisamos de tolerância política e vontade para promover a segurança dos jornalistas”, afirmou.
Uma iniciativa que caberia muito bem no atual panorama brasileiro.