As coisas transitórias. Rabindranath Tagore na oração inter-religiosa desta semana

Cena do filme O Setimo Celo | Divulgação

18 Fevereiro 2022

 

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

 

As coisas transitórias

 

É ânsia a nossa vida

e força o nosso desejo,

porque o tempo toca a finados.

Irmão, recorda isto, e alegra-te.

Não podemos, num momento, abraçar as coisas, parti-las e atirá-las ao chão.

Passam rápidas as horas, com os sonhos debaixo do manto.

A vida, infindável para o trabalho

e para o fastio, dá-nos apenas um dia para o amor.

Irmão, recorda isto, e alegra-te.

 

Fonte: Rabindranath Tagore. O coração da primavera. Braga: Editora A.O, 1984.

 

Tagore | Fto: Autor Desconhecido - CC

Rabindranath Tagore (1861-1941): Poeta indiano e primeiro romancista não-europeu a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, além de ter recebido o título de Cavaleiro britânico (SIR), do qual abdicou quatro anos depois em protesto à política adota pela Inglaterra em relação à Índia. Tagore foi responsável pela modernização da literatura e da música bengali e sua obra está marcada pelo lirismo, coloquialismo, naturalismo e pela contemplação. Em 1901 o escritor fundou a escola de filosofia em Santiniketan e mais tarde a  Universidade Visva-Bharati. Suas principais obras são Gitanjali (Ofertas de Música), Gora (Enfrentamento Justo) e Ghare-Baire (A Casa e o Mundo).