Breves do Facebook

Foto: Jason Farrar - Flickr

23 Setembro 2021

 

Rudá Guedes Ricci

Ontem o mundo teve certeza do que é feito o governo Bolsonaro. Não temos mais como esconder o rabo: somos o pior país do planeta, governado pelo mais incompetente e despreparado grupo de brasileiros.

O discurso mentiroso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU (5 mentiras comprovadas e 6 distorções de dados da realidade) revelou o quanto o atual governo não tem a menor ideia do que é Estado e ONU, acreditando que se tratou de uma visita ao bar da esquina de casa.

A vergonha foi ainda maior com o anúncio de dois membros da comitiva brasileira acometidos pelo Covid19. A única delegação infectada. Há real possibilidade de nosso país ser responsabilizado pela contaminação de outras delegações. Uma irresponsabilidade estampada em todos jornais da imprensa internacional.

A tragédia brasileira, o pior país do mundo neste momento, continua.

Vejam a notícia que é veiculada na grande imprensa brasileira. O médico negacionista Anthony Wong morreu de Covid-19, embora não tenha sido registrado pelos médicos do hospital da Prevent Senior. A família divulgou que o médico foi hospitalizado com queda de pressão e mal-estar, mas evoluiu para fortes alterações no ritmo cardíaco e depois sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu, e no atestado de óbito, não há qualquer menção à morte por Covid. O médico Wong, bolsonarista das redes sociais, desprezava a pandemia e a vacinação.

A vergonha e a exposição do Brasil à execração pública mundial tem que acabar e os responsáveis por transformar nosso país nesse desastre têm que pagar. Pagar caro para que nenhum jovem brasileira acredite que o erro compensa, que não temos um país sério, que aqui, qualquer aventureiro pode fazer o que bem entende.

Basta! Chegamos ao descrédito internacional que gerará ainda mais perda de investimentos e discriminação de brasileiros no exterior. Seremos reconhecidos como parte de um povo doente, como os alemães, por algum tempo, foram confundidos com as loucuras de Hitler.

 

Cesar Benjamin

Não vi o discurso do inominável na ONU. Lilian viu. Parece que ele insiste na realidade paralela: a Amazônia nunca esteve tão protegida, a corrupção acabou, o Brasil tem uma economia saudável, pronta para crescer etc.

Recentemente, fiz uma síntese aqui de uma das inúmeras “notícias” que circulam nos grupos bolsonaristas de zap. Muitos de vocês devem ter visto. Em síntese: o governador da Bahia, apoiado pelo STF, vendeu 10% do território do estado para os chineses ocuparem soberanamente.

Num caso e noutro, confesso meu incômodo e minha incapacidade de compreender. Falo sério.

Nada disso é mentira, pois a mentira pede algum grau de aderência ao real (um exagero, uma deformação da informação, uma caricatura etc.). Para funcionar, a mentira deve conter um pouco de verdade.

As mensagens bolsonaristas estão além da mentira. É isso que eu não entendo.

Eles se esforçam (e são relativamente bem-sucedidos) para "puxar" as pessoas para o absurdo, desfazer os vínculos delas com qualquer coisa que tenha alguma lógica, que seja, pelo menos, possível, viável, verossímil, mesmo que errada.

Isso exige grande dispêndio de energia, na forma de um bombardeio incessante de mensagens reiteradas. Pelo menos por algum tempo e para certos grupos (que não são pequenos), parece que funciona.

Qual a dinâmica disso? Para onde isso nos leva?

Sinto-me um ignorante.

Murilo Cleto, amigo da minha amiga Adriane Manhães, fala em "temporalidade de crise permanente, um estado de alerta total que parece um fim em si mesmo: aquilo que nos esgota é o principal combustível deles.”

Ele está certo: de fato, entre os bolsonaristas, o clima é de crise permanente, de perigo iminente, de inimigo à vista, de mobilização total.

Adriane completa: trata-se de implantar o medo constante. “Esse nível de estresse arrasa o sistema nervoso central e facilita o brainwashing.”

Seja como for, estamos diante de um experimento muito bem conduzido, cujo final desconhecemos. Coisa de profissionais. Não tem nada a ver com a política tradicional (PT x PSDB, por exemplo).

Com ajuda dos meios eletrônicos de comunicação, muito capilarizados, parte da sociedade brasileira está sendo “puxada” para um estado de permanente delírio, que justifica tudo. Uma religiosidade depravada dá um toque místico na coisa (não riam: repete-se nos grupos de zap a mensagem de que Bolsonaro é "enviado de Deus").

Não sei qual será o final desta história, mas não será bom. Acho que isso pede um grande esforço de análise e compreensão.

 

Ronald Cintra Shellard

Prezado Cesar, acho que não estou de acordo com sua conclusão pessimista. Em qualquer sociedade você encontra esses 20% de pessoas intrínsecamente fascistas, ou talvez seja bom usar outro termo, pessoas contra tudo isso que está aí! Líderes como o personagem em questão fazem esse pessoal entrar em ressonância e excitar outros na periferia desta gente. Quando sai do controle temos o nazismo ou fascismo em várias cores.

Quando é muito patético, como o nosso, gera um efeito passageiro, que espero que nos imunize!

 

Idelber Avelar

Sobre as vergonhas que o minúsculo fez o Brasil passar na ONU, muito já está sendo dito e escrito.

Mas é preciso reforçar o lembrete do Prof. Conrado: Jair mencionou o Conselho Federal de Medicina na ONU como a autarquia colaboracionista que foi. O Conselho recebeu a gratidão do minúsculo enquanto ele abria a assembleia geral da comunidade das nações, em uma das metrópoles mais densas do mundo, dizendo-se, supostamente, não vacinado (e enquanto mentia da primeira à última frase do discurso, como sempre).

O Prof. Bruno Caramelli, também da USP como o Conrado, provocou o Ministério Público Federal SETE MESES atrás (vejam a data do segundo print) sobre o "kit covid" propagandeado pelo bolsonarismo e respaldado (ou pelo menos não impugnado) pelo CFM. Nas palavras do Prof. Bruno: "Se não tem evidências comprovadas cientificamente, não pode recomendar, ao contrário, tem que condenar, e o Conselho Federal de Medicina não está fazendo isso”.

Ainda não houve manifestação do MPF.

Quando se escreva em definitivo a história do colaboracionismo bolsonarista no Brasil, o CFM terá lugar de destaque.

 

 

 

Alonso Gonçalves

A responsabilidade primeira dos cristãos não é assumir a sociedade e impor suas convicções e seus valores a quem não tem sua fé, mas "ser a Igreja". Recusando-se a responder ao mal com o mal, vivendo em paz e dividindo bens, a Igreja comprova que há uma alternativa à sociedade baseada na violência.

(Slavoj Žižek)

 

Rudá Guedes Ricci

1% para ganhar no primeiro turno

 

 

Cesar Benjamin

Segunda Guerra Mundial

Há duas semanas, o contador de acessos do site da editora mostra um destaque significativo para o meu artigo “A fênix russa na Segunda Guerra Mundial”. Ele fica entre o primeiro e o terceiro lugares.

Trata-se da robusta Apresentação que redigi para o livro “A decisão da Segunda Guerra Mundial”, do marechal Georg Júkov, que a Contraponto publicou.

Ele descreve separadamente as quatro grandes batalhas – Moscou, Stalingrado, Kursk e Berlim – em que comandou pessoalmente as tropas soviéticas.

Nessa Apresentação, tentei oferecer uma visão de conjunto da guerra no Leste da Europa, com ênfase nos aspectos militares: como os dois lados se prepararam, como foi a ofensiva alemã, como os soviéticos contiveram a invasão e retomaram a iniciativa, como planejaram o golpe final. Usei fontes que não estão disponíveis no Brasil.

Alguns amigos consideram que é meu melhor artigo, mas há controvérsias.

Abraços,

Cesar Benjamin

 

Daniel Attianesi

Cesar e quem mais tiver interesse no assunto, tem um canal no youtube que está acompanhando a segunda guerra de semana em semana, 79 anos depois dos acontecimentos. Mês passado agora eles começaram a batalha de Stalingrado que se inicia em 23 de agosto de 42.