O Vaticano freia as intenções dos bispos estadunidenses de excomungar Biden

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11 Mai 2021

 

Seria “errado se [desse] a impressão de que o aborto e a eutanásia constituem por si só os únicos assuntos graves da doutrina social católica que exigem o máximo nível de responsabilidade por parte dos católicos”. O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria, escreveu ao presidente dos bispos dos EUA, José Gómez, freando o projeto de aprovar um documento sobre “a dignidade dos políticos católicos de receberem a comunhão” se defenderem algumas leis, em um ataque nada implícito contra o presidente dos EUA, Joe Biden.

Tal e como adiantaram America e National Catholic Reporter, a missiva de Ladaria (datada de 07 de maio) é uma resposta a outra de Gómez, na qual informava ao dicastério vaticano da intenção dos bispos do país de abordar esta questão na plenária do próximo mês de junho.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 10-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Do mesmo modo, Ladaria recorda ao arcebispo de Los Angeles que antes de redigir um documento assim, os bispos devem fazer “tudo o que for possível para dialogar com outras conferências episcopais ao formular esta posição, a fim de aprender uns com os outros e preservar a unidade da Igreja universal”.

 

Manter a unidade

Para o jesuíta espanhol, uma posição assim “poderia ter o efeito contrário e se tornar uma fonte de discórdia em vez de unidade dentro do episcopado e da Igreja em geral nos Estados Unidos”. Por isso, recomenda “diálogo amplo e tranquilo” antes de abordar a excomunhão de Biden. Em primeiro lugar, um diálogo entre os bispos com o objetivo de “manter a unidade” da conferência episcopal; em segundo, um diálogo com os políticos católicos que “dentro de sua jurisdição adotam uma posição ‘pró-escolha’ na legislação relacionada com o aborto, a eutanásia e outros males morais, para entender a natureza de sua posição e sua compreensão do magistério católico”.

Só então, conclui Ladaria, o episcopado dos EUA “teria a difícil tarefa de discernir qual é a melhor maneira de proceder para que a Igreja nos Estados Unidos possa dar testemunho da grave responsabilidade moral dos funcionários públicos católicos de proteger a vida humana em todas suas etapas”.

 

Respeitar os direitos de cada bispo e de Roma

Ainda assim, se os bispos estadunidenses persistirem na intenção de “formular uma posição nacional sobre a dignidade de receber a comunhão”, tal declaração “deveria expressar um verdadeiro consenso dos bispos sobre a questão, observando o requisito prévio de qualquer decisão neste âmbito sobre os direitos dos bispos individuais em suas dioceses e as prerrogativas da Santa Sé”.

Por isso, Ladaria “aconselha” os bispos estadunidenses que “qualquer declaração da conferência episcopal sobre os líderes políticos católicos se contextualize no marco mais amplo da dignidade de receber a Sagrada Comunhão por parte de todos os fiéis, e não apenas de uma categoria de políticos, refletindo sua obrigação de conformar suas vidas a todo o Evangelho de Jesus Cristo, enquanto se preparam para receber o sacramento”.

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