Covid19: por que temos tantas vacinas, mas nenhum medicamento?

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10 Fevereiro 2021

Até o presente momento existem várias vacinas aprovadas para a prevenção da Covid-19 mas apenas dois medicamentos obtiveram luz verde para o tratamento: são o Remdesivir e a Dexametasona, inicialmente utilizados para outras doenças e que, infelizmente, não garantem resultados espetaculares.

A reportagem é de Aureliano Stingi, publicada por I Fatti Capitali, 09-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Foto: Captura de tela do perfil do Twitter de Aureliano Stingi

Muitos, portanto, se perguntam: “Por que 10 vacinas foram aprovadas, mas apenas 2 medicamentos?''

Conforme discutimos aqui, a vacina não é realmente um medicamento, pois explora de maneira positiva o nosso sistema imunológico; o medicamento, ao contrário, atua diretamente sobre o vírus, destruindo-o ou inibindo-o.

Para entender a dificuldade do processo de 'drug discovery', é necessário ver alguns números:

• Em média, o processo de 'drug discovery' do laboratório à prateleira da farmácia leva 10 anos;

• O custo de todo o processo é de cerca de um bilhão de euros;

• Dos 10.000 compostos iniciais, apenas 1 chegará ao mercado.

Como nasce um medicamento?

Para desenvolver um medicamento eficaz e seguro, se parte de um conhecimento aprofundado do vírus, do qual devemos registar todas as características para identificar o seu 'calcanhar de Aquiles'.

Infelizmente, muitas vezes não é suficiente conhecer o vírus a fundo, devemos também saber como ele interage com nosso corpo.

Uma vez que descobrimos o que poderíamos chamar de sua "atitude", podemos formular hipóteses sobre potenciais 'pontos fracos', testando diferentes moléculas 'in vitro' e analisando sua resposta pelo vírus.

Depois de identificar um alvo biológico dentro do vírus, a molécula deve ser testada em um sistema complexo.

Isso é chamado de fase pré-clínica: o composto é primeiro testado em animais para avaliar sua toxicidade e, apenas em uma fase posterior, sua eficácia de tratamento é avaliada, ou seja, observa-se se o composto é capaz de curar animais do vírus previamente inoculado.

Se o composto apresentar eficácia e pouca toxicidade, passa-se para a fase clínica.

Na fase 0, quantidades muito pequenas do composto são administradas a indivíduos saudáveis e sua distribuição no corpo é estudada com as diferentes modalidades de administração (farmacocinética).

Na fase 1 são administradas doses escalonadas a indivíduos saudáveis e avalia-se a segurança.

Na fase 2 o medicamento é administrado a um grupo de pessoas doentes, obviamente, por motivos éticos, a doença não pode ser induzida, então são recrutadas pessoas que em algum momento poderiam ficar doentes.

A fase 3 é semelhante à fase 2, mas com uma amostra muito maior de voluntários.

Na fase 4 o medicamento foi aprovado e seus efeitos continuam a ser monitorados na população por anos.

Todas as fases em que os seres humanos estão envolvidos são realizadas com um ''duplo cego'', o que significa que nem o médico nem o paciente sabem se estão recebendo o medicamento ou o placebo, para não influenciar de nenhuma forma os resultados do ensaio.

Foto: Reprodução I Fatti Capitali

Como nasce um fármaco

Dada a complexidade do fenômeno, não é de se estranhar que, ainda hoje, mais de um ano após o surgimento do Covid-19, não haja um medicamento específico.

Apesar disso, temos a extrema sorte de ter conseguido desenvolver várias vacinas, que contribuirão significativamente para o controle da epidemia e a erradicação da SARS-CoV2.

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